Fim do acordo de cereais? "É uma muito má notícia", diz Costa
Primeiro-ministro adiantou que "há negociações em curso para encontrar alternativas que permitam que o acordo volte a estar em vigor".
© REUTERS/Piroschka van de Wouw
País Guerra na Ucrânia
O primeiro-ministro, António Costa, considerou, esta segunda-feira, que a decisão da Rússia de romper com o acordo de exportações de cereais pelo Mar Negro é uma "muito má notícia"
Costa, que falava aos jornalistas à margem da III Cimeira entre a União Europeia e a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos, que decorre em Bruxelas, admitiu que o anúncio de Moscovo foi "muito mal recebido".
"Toda a gente tem a noção que esse acordo que tinha sido negociado pelas Nações Unidas, e sob forte liderança de António Guterres, é uma condição fundamental para evitar uma crise alimentar à escala global", notou o primeiro-ministro português.
"A não renovação do acordo por parte da Rússia é uma muito má notícia", acrescentou.
Desta forma, António Costa defendeu que a decisão da Rússia "exige" que se procure encontrar "as melhores soluções para que esse comércio se possa restabelecer".
Interrogado sobre como é que isso pode ser feito, o primeiro-ministro adiantou que "há negociações em curso para encontrar alternativas que permitam que o acordo volte a estar em vigor, designadamente encontrar caminhos alternativos de pagamento tendo em conta as sanções financeiras que existem" contra Moscovo.
Confrontado ainda sobre as palavras do presidente do Brasil, que considerou que a "corrida armamentista" dificulta "ainda mais" a luta contra as alterações climáticas e que a invasão da Ucrânia está a esvaziar recursos que poderiam ser destinados a programas socioeconómicos, Costa defendeu que, "infelizmente", o investimento na Defesa é "necessário".
O primeiro-ministro começou por notar que qualquer cidadão acha "preferível" que se possa "gastar dinheiro a combater a fome, a promover o desenvolvimento" do que "gastar dinheiro em Defesa".
"Não haverá, seguramente, ninguém no mundo que divirja dessa posição. Outra matéria diferente é saber se, neste momento, o reforço do investimento em defesa é ou não é necessário. Infelizmente é. Se é desejável? Não! Se é necessário? Sim", atirou o primeiro-ministro.
Contudo, Costa destacou que "não há uma contradição de fundo sobre esta matéria". "Acho que não vale a pena exagerarmos naquilo que são as diferenças quando temos tanto sobre o qual trabalhar nas posições em conjunto", destacou.
Ainda assim, Costa defendeu que "há uma coisa" que temos de perceber na Europa: "Nem todo o mundo olha para esta guerra da mesma forma que nós olhamos", rematou.
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