"Ninguém está a negar que o SNS tem dificuldades e problemas"

Em entrevista à SIC Notícias, o ministro Manuel Pizarro falou sobre as listas de espera para cirurgias, o atendimento aos utentes nas maternidades e a falta de médicos de família em Portugal.

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Ema Gil Pires
20/07/2023 21:38 ‧ 20/07/2023 por Ema Gil Pires

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SNS

O ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu, na noite desta quinta-feira, em entrevista à SIC Notícias, que "ninguém está a negar que o SNS (Serviço Nacional de Saúde) tem dificuldades e problemas".

Segundo argumentou o responsável máximo pela pasta, questionado sobre as dezenas de milhares de pessoas a aguardar pela realização de intervenções cirúrgicas em Portugal, se "é verdade que há mais gente inscritas para cirurgias, também é verdade que aumentámos muito o número de cirurgias e que o tempo de espera até é inferior ao que era".

E, na perspetiva do governante, "o que importa para as pessoas não é a dimensão da lista, mas o tempo que as pessoas estão à espera".

Já olhando para a questão das maternidades, Manuel Pizarro apontou que "desde que a Direção Executiva organizou o sistema de funcionamento rotativo - apenas em duas regiões do país, aquelas em que existem problemas, Lisboa e Vale do Tejo e no Algarve -, a verdade é que não houve nenhum encerramento fora do previsto". 

E elaborou: "A rotação funcionou tal e qual estava programado e a verdade, olhando para os números, é que, no primeiro semestre deste ano, nasceram no SNS mais 3.400 crianças do que no primeiro semestre do ano anterior [...], num ambiente de total tranquilidade, com segurança e com bons resultados clínicos".

Assegurando que o "serviço está a funcionar" - embora isso "não queira dizer que não existem problemas" -, o ministro da Saúde fez ainda referência a dados do ano de 2022, durante o qual se registaram "dificuldades nas maternidades" e, ainda assim, foi "um dos melhores anos de sempre de baixa mortalidade infantil no país".

Outro dos "problemas" que reconheceu existir no SNS relaciona-se com as "pessoas que não têm médico de família". Nesse sentido, lembrou que o sistema público conseguiu "contratar mais de 90%" dos especialistas que terminaram a especialidade de Medicina Geral e Familiar.

Questionado sobre o que justifica haver "tanta gente" sem médico de família - atualmente 1,7 milhões de portugueses contabilizados -, Manuel Pizarro explicou: "enquanto país, nós não nos preparámos [...] para os anos de enorme número de médicos que iam reformar-se". Uma tendência que vai perdurar durante mais algum tempo: "ainda em 2023 e 2024 vamos ter muitos médicos que vão chegar à idade de reforma".

Ainda assim, o ministro da Saúde assegurou que, neste momento, o país já está a "formar os médicos suficientes". E fez as contas: "nos últimos três anos, entraram na especialidade mais de 500 médicos de cada vez".

Concluindo, reconheceu ser também "obrigação" do Governo "captar esses médicos", recordando os "dados positivos" do último concurso de acesso à especialidade. Porém, admitiu que ainda "falta muito" para resolver o problema de falta de profissionais na totalidade.

As declarações de Manuel Pizarro surgem já depois de vários meses de complicações nos serviços de urgência do SNS - que conduziram, inclusive, a sua antecessora, Marta Temido, a apresentar a demissão.

[Notícia atualizada às 22h08]

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