Médicos do Alto Minho recusam fazer mais do que 150 horas extraordinárias

Meia centena de médicos da Unidade Local Saúde Alto Minho (ULSAM) formalizaram hoje a recusa em fazer mais do que as 150 horas extraordinárias definidas pela lei, atitude que a administração admitiu estar a causar "preocupação".

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Lusa
25/07/2023 17:20 ‧ 25/07/2023 por Lusa

País

Saúde

Em comunicado, a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) explicou que, do total de médicos da ULSAM que aderiram ao protesto "Nem mais uma hora extra", 25 pertencem ao serviço de cirurgia e outros 25 ao de medicina interna.

"Este protesto não é apenas para reforçar a luta dos médicos por melhores condições de trabalho, é acima de tudo uma salvaguarda para os doentes, de forma que ao seu serviço estejam profissionais plenos das suas capacidades e que não estejam a lutar contra a sua própria exaustão", refere o comunicado.

Contactado pela agência Lusa, o presidente do conselho de Administração da ULSAM, Franklim Ramos, disse estar preocupado com a situação que ocorre "durante o período de verão, com profissionais de saúde em gozo de férias e, com alguma atividade no serviço de urgência".

"Teremos de reafetar profissionais de saúde que estarão a trabalhar noutras áreas para garantir recursos humanos naquelas em que é obrigatório o cumprimento de serviços mínimos. Isso poderá afetar outras áreas da ULSAM. Neste momento, poderá afetar menos, mas tudo depende da duração desta situação", frisou.

A FNAM acrescenta que "são cada vez mais os médicos a entregar as declarações de indisponibilidade para realizar trabalho suplementar além das 150 horas obrigatórias por ano, não obstante esta forma de protesto acarretar uma perda substancial de vencimento".

Para aquela estrutura sindical, a adesão dos profissionais de saúde a este protesto "revela, no terreno", a necessidade "urgente de contratação de mais médicos, com uma grelha salarial justa e condições de trabalho dignas".

Além da indisponibilidade para realizar mais do que as 150 horas extraordinárias, a FNAM tem marcada uma greve para dias 01 e 02 de agosto e uma concentração, no dia 01 de agosto, às 15.00, em frente ao Ministério da Saúde.

A ULSAM integra ainda 12 centros de saúde, uma unidade de saúde pública e duas de convalescença, e serve uma população residente de 231.488 habitantes nos dez concelhos do distrito de Viana do Castelo e algumas populações vizinhas do distrito de Braga.

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