Em comunicado enviado à Lusa, o coordenador do movimento cívico de "defesa dos cidadãos com deficiência intelectual/cognitiva que não se conseguem representar e suas famílias", Miguel Azevedo, manifesta "profunda indignação" pela intervenção do deputado.
No debate no hemiciclo, o BE alertou para a falta de meios financeiros e humanos nas escolas para acompanhar alunos com necessidades especiais, insistindo ser preciso recuperar a carreira dos auxiliares de educação.
Numa intervenção pelo Chega, João Tilly afirmou que é professor há 40 anos e que na sua "escolinha" chegou a ter "quatro professores de matemática, cinco de português e nove de educação especial", criticando que "centenas de professores de todas as áreas" tenham ido "a correr tirar esta especialização".
"A educação ou o ensino, como nós chamamos, especial é importante. Mas, o ensino geral é muito mais importante e esse está esquecido e ignorado. Afinal, nós somos um país de alunos com deficiência ou somos um país de alunos normais? O que é que está a provocar este número incrível de tantos alunos com deficiência cognitiva", interrogou, numa intervenção que gerou críticas.
No comunicado, Miguel Azevedo assinala que "diariamente milhares de estudantes enfrentam obstáculos significativos nas escolas portuguesas, desde a falta de recursos adequados até à ausência de apoio especializado" e que as "suas famílias carregam um fardo emocional e financeiro pesado, lutando por uma educação digna e inclusiva".
Para o responsável, as declarações do deputado do Chega "desconsideram esta realidade, comprometem os avanços pela igualdade no sistema de ensino e reforçam o estigma".
"Reforçamos a necessidade de políticas públicas inclusivas e apelo ao respeito e empatia por parte dos representantes políticos", acrescenta.
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