A presença de uma bactéria multirresistente obrigou a encerrar o serviço de Neonatologia do hospital Santa Maria, em Lisboa, além de ter colonizado mais de uma dezena de bebés, avançou o jornal Expresso.
Segundo o mesmo semanário, dos 14 bebés internados, 12 estarão colonizados.
O número de bebés afetados não é, contudo, certo, registando-se algumas divergências de informação. À agência Lusa, o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) garantiu que há 13 bebés positivos.
"Os bebés positivos estão clinicamente estáveis e o Grupo Coordenador Local do Programa de Prevenção e Controlo de Infeções e de Resistência aos Antimicrobianos do CHULN está a acompanhar a situação de acordo com as normas da Direção-Geral da Saúde", adiantou à Lusa o centro hospitalar, numa resposta idêntica àquela enviada ao Notícias ao Minuto.
Segundo referiu, o serviço de neonatologia do hospital está encerrado para novas admissões, mas os bebés "não foram nem vão ser transferidos" para outros hospitais.
"A resposta nesta área é assegurada por meios internos do CHULN e através de articulação com a rede durante os procedimentos de boas práticas necessários para resolver a situação", garantiu.
Já o diretor de Neonatologia do Hospital de Santa Maria, André Graça, disse, em declarações à SIC Notícias, que 11 dos 13 bebés internados estão colonizados.
A bactéria detetada no serviço é multirresistente à maioria dos antibióticos utilizados, o que causa "mais preocupação" na eventualidade de vir a ser necessário tratar uma infeção, disse Graça, citado pela Lusa.
"Estamos a falar de uma unidade de cuidados intensivos neonatais", adiantou o diretor, avançando que a "grande maioria" dos recém-nascidos estão colonizados com a bactéria, o que implica "algum risco" de provocar doença.
De acordo com o chefe de Neonatologia do Santa Maria, esta situação vai obrigar, durante um período de tempo ainda não definido, à "limitação de novas admissões" no serviço de neonatologia, que recebe recém-nascidos de várias outras unidades do país.
"Chegamos ao ponto em que tomamos a decisão de não haver novas admissões para evitar que novos doentes possam vir a ser colonizados por esta bactéria", uma decisão que foi tomada nas últimas horas, referiu o especialista.
O responsável explicou também que um doente colonizado não é, necessariamente, um doente infetado. "Não quer dizer que estejam infetados, quer dizer que têm a bactéria no seu sistema gastrointestinal, não quer dizer que estejam doentes por causa da bactéria", explicou.
André Graça explicou ainda que se trata de uma bactéria multirresistente que surge "com alguma frequência" nos hospitais, mas que nunca tinha sido detetada na unidade de neonatologia do Santa Maria.
As grávidas que estejam em situação de risco de ter bebés prematuros estão a ser enviadas para o hospital São Francisco Xavier, bem como para outras unidades hospitalares.
[Notícia atualizada às 23h59]
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