Vítimas de "crime da Rússia" na prisão de Olenivka recordadas em Lisboa
Um ano depois da morte de 53 prisioneiros na prisão de Olenivka, no leste da Ucrânia, ucranianos em Portugal promovem este sábado, em Lisboa, um encontro para recordar as vítimas de "um dos crimes mais brutais da Rússia".
© Getty Images
País Guerra na Ucrânia
A vice-presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, Natália Vargas, realçou hoje à agência Lusa que é importante "não esquecer" o "ato terrorista russo", após as mortes numa prisão no leste da Ucrânia controlada por separatistas pró-russos, na região de Donetsk, em 29 de julho de 2022.
Este sábado, a partir das 18:00, na Praça Dom Pedro IV, o Rossio, em Lisboa, a Associação dos Ucranianos em Portugal organiza um encontro para recordar as vítimas.
A vice-presidente da associação espera a participação de muita gente no evento, adiantando que muitos jovens ucranianos, em Portugal para participarem na Jornada Mundial da Juventude, vão estar presentes.
Os organizadores esperam também a presença da Embaixada da Ucrânia em Portugal.
Ao longo da ação, irá ser organizado um cordão humano, respeitado um minuto de silêncio e produzidos alguns discursos.
A iniciativa, que também decorre nesta data em outras cidades em todo o mundo, pretende ainda pedir aos governos nacionais que condenem os crimes da Rússia e tomem todas as medidas para libertar os prisioneiros ucranianos e o regresso destes às suas famílias.
"Muitos pessoas estão presas nesse momento. Falta informação sobre elas do lado da Rússia", vincou Natália Vargas.
"Temos muitas famílias na Ucrânia onde a mãe não sabe onde o filho está. É terrível", acrescentou.
O alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, defendeu esta semana a necessidade de "garantir justiça" pela morte dos prisioneiros ucranianos na prisão de Olenivka.
A zona onde se encontra o centro de detenção, no leste da Ucrânia, está atualmente ocupada pelas forças russas e pelas milícias separatistas russófonas.
O comunicado emitido pelo alto-comissário assinala que o incidente marcado pela morte dos prisioneiros "não foi provocado por um foguete HIMARS", a versão divulgada por diversos responsáveis russófonos de Donetsk, que acusaram o Governo ucraniano pelo ataque.
Os prisioneiros de guerra ucranianos naquela prisão incluíam tropas capturadas durante a queda de Mariupol, em maio de 2022.
Estes passaram meses escondidos com civis na gigante siderúrgica Azovstal na cidade portuária do sul, sendo que a sua resistência durante um implacável bombardeamento russo se tornou um símbolo do desafio ucraniano contra a agressão da Rússia.
Mais de 2.400 soldados do Regimento Azov da guarda nacional ucraniana e de outras unidades militares desistiram da sua luta e acabaram por se render, sob as ordens dos militares da Ucrânia.
A ofensiva militar russa em curso no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
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