Segundo fonte da Proteção Civil Municipal do concelho litoral do distrito de Coimbra, até ao momento estão ao serviço na Figueira da Foz 55 nadadores-salvadores, embora alguns só aos fins de semana, numa época balnear que se iniciou há mais de dois meses e termina em meados de setembro.
Este número representa 65% das necessidades identificadas em abril deste ano, quando o município lançou um concurso internacional para a contratação de 84 pessoas destinadas a prestar aquele serviço em praias e piscinas municipais, procedimento que ficou deserto.
A situação leva a que das 11 bandeiras azuis atribuídas ao município, quatro ainda não tenham sido hasteadas, nas praias de Buarcos, Relógio, Cova e Hospital.
De acordo com documentação consultada pela Lusa, o concurso publicado em Diário da República a 17 de abril, previa a contratação de 70 nadadores-salvadores por um período de 109 dias (pouco mais de três meses e meio, entre o início de junho e meados de setembro), propondo-se pagar 4.280 euros, ou seja, um valor de cerca de 1.200 euros mensais.
A esses 70 acresciam outros 14, que seriam contratados no mesmo período por valores entre os 2.400 e os 3.680 euros, investido a autarquia no total da operação cerca de 342 mil euros.
Com o concurso deserto, a Câmara Municipal teve de recorrer a ajustes diretos: até quarta-feira, o portal de contratação pública BASE dava nota de 33 nadadores-salvadores contratados, 14 dos quais, sensivelmente um terço do total, nos últimos dias de maio e início de junho, ao mesmo preço e duração do concurso, aos quais se juntaram um encarregado geral e um coordenador.
Dos restantes 19, um foi contratado no início de julho por dois meses e meio e uma remuneração total de 3.640 euros. Todos os 18 restantes irão receber 4.280 euros, mas por períodos diversos, que variam entre os 61 dias (dois meses) e os 107 dias (três meses e meio), o que resulta em valores mensais dispares (dos 2.140 euros aos 1.200 euros).
Aliás, pelo menos oito nadadores-salvadores deste lote recebem mais, por dia, do que o encarregado geral e o coordenador daquele serviço, com montantes situados entre os 56,3 euros e os 70,1 euros, enquanto os 14 que trabalham pelos valores e duração do concurso recebem apenas 39,2 euros por dia, cada um.
O próprio encarregado, que aufere 6.140 euros por 111 dias de trabalho, recebe menos por dia do que o coordenador (4.565,3 euros em 82 dias), uma diferença diária de 30 cêntimos (55,3 contra 55,6 euros).
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