Câmara de Oeiras "disponível" para colocar cartaz sobre abusos na Igreja
De acordo com o vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Francisco Gonçalves, "o que está em causa não é a mensagem do cartaz mas que está colocado numa estrutura publicitária que não está legalizada".
© REUTERS/Violeta Santos Moura
País Igreja
O vice-presidente da Câmara Municipal de Oeiras, Francisco Gonçalves, referiu, esta quinta-feira, que a autarquia está disponível para colocar o cartaz sobre abusos sexuais na Igreja Católica de novo na rua.
"Hoje estamos disponíveis, eu e o senhor presidente [Isaltino Morais], para receber os membros da associação e encontrar um local no concelho para colocar esta mensagem", anunciou, em declarações na CNN Portugal.
De acordo com o autarca, "o que está em causa não é a mensagem do cartaz mas [o facto de estar] colocado numa estrutura publicitária que não está legalizada". Francisco Gonçalves deu conhecimento ainda que, a 18 de julho, a Câmara de Oeiras enviou um edital, "informando que após 10 dias úteis, todas as estruturas que não estivessem licenciadas, iriam ser tiradas do espaço público" porque "o município zela pela boa manutenção do espaço público".
"Esta questão é de legalidade, não é de moral", sublinhou, reforçando que sobre a mensagem que passava o cartaz, "o município não podia estar mais a favor". "Nós repudiamos o abuso sexual", reiterou, mencionando a exposição 'Amor Veneris - Viagem ao Prazer Sexual Feminino', que esteve em Algés durante vários meses e que abordava o assunto.
Na ótica do 'vice' da Câmara de Oeiras, o tema é "demasiado importante para ser tratado da forma que tem sido nas últimas 24 horas". "O tema é de interesse público", afirmou.
Recorde-se que, na quarta-feira, um dos três cartazes em que se denunciam os abusos sexuais a crianças na Igreja portuguesa, colocado em Algés, foi retirado por ordem da Câmara Municipal de Oeiras por ser "publicidade ilegal".
Os cartazes em causa, em que se lê a frase "Mais de 4.800 crianças abusadas pela Igreja católica em Portugal", em inglês, ilustrada por 4.800 pontos que representam cada uma das vítimas, tinham sido colocados na madrugada, em Lisboa, Loures e Algés.
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