Marcelo assinala que visita à Ucrânia "cumpriu todos os objetivos"

O Presidente da República considerou que a viagem surpresa de dois dias à Ucrânia "cumpriu todos o objetivos", conseguiu furar o protocolo, apesar da segurança apertadíssima, e desvendou o que disse ser a esperança de toda uma população.

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© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images

Lusa
24/08/2023 21:24 ‧ 24/08/2023 por Lusa

País

Guerra na Ucrânia

Marcelo Rebelo de Sousa chegou com a alvorada de quarta-feira e não perdeu tempo. Queria ver com os próprios olhos o cenário que apelidou de "chocante" em Bucha, Moshchun e Irpin, localidades nos arredores de Kyiv que estiveram temporariamente ocupadas pelas tropas russas. A reconquista destapou valas comuns e os horrores da ocupação russa.

Em Moshchun, Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de ser "o primeiro Presidente", como descreveu a vice-governadora da região de Kyiv, a 'enfiar-se' na trincheira feita pela "resistência popular" nos primeiros dias da invasão.

Só Volodymyr Zelensky o tinha feito e o chefe de Estado português também quis perceber, tanto quanto possível, como era estar abrigado de bombardeamentos e a resistir. E quando a realidade não possibilitou uma vislumbre da destruição que o mundo encontrou há um ano, recorreu a um equipamento de realidade virtual para 'estar' nas localidades desfiguradas logo após o fim da ocupação.

Fez questão de estar presencialmente na cimeira sobre a Crimeia e foi taxativo na posição de Portugal e nas críticas: qualquer solução para o futuro da Ucrânia que não inclua esta península como parte do território ucraniano é "um ruído".

E hoje repetiu que as fronteiras da Ucrânia são aquelas definidas precisamente há 32 anos, quando o país ganhou a independência.

Conversou em Moshchun com uma mulher, pouco mais jovem do que ele, e aos jornalistas confessou que naquele momento conseguiu ver "o passado, o presente e o futuro" da Ucrânia.

Sempre rodeado pela sua equipa de segurança e por militares ucranianos, Marcelo Rebelo de Sousa preferiu rodear-se se pessoas comuns, como está acostumado em Portugal, e aproveitou que Kyiv tinha 'saído à rua' para caminhar pela Rua Khreschatyk, a mais emblemática da capital, que 'desagua' na Praça Maidan, palco da revolução.

A segurança apertada conseguiu conter um Presidente conhecido por furar protocolos, mas não foi suficiente para impedir o 'mar de pessoas' surpreendidas por ver um chefe de Estado a passear e a querer tirar as habituais 'selfies'.

"É mesmo o Presidente de Portugal? Aqui?!" e "nunca vi um Presidente aqui a passear", pôde ouvir-se pela Khreschatyk abaixo.

Mas o programa preenchido que Marcelo Rebelo de Sousa levou para a Ucrânia esbarrou na restrições de uma segurança apertadíssima que impossibilitaram que fosse ainda mais longe na sua "rebeldia". O país está em guerra e Marcelo Rebelo de Sousa esteve várias vezes com Zelensky, que é o rosto da resistência contra o Kremlin.

Volodymyr Zelensky surpreendeu por ser o Presidente comediante, depois por recusar deixar o país quando as tropas russas estavam 'à porta' da capital e mais tarde pelos discursos que recolhem cada vez mais apoio internacionalmente.

E Marcelo Rebelo de Sousa foi a Kyiv com intenção de surpreender, discursou em ucraniano durante as comemorações do 32.º Dia da Independência, deixando a mensagem de que Portugal apoia a pretensão da Ucrânia em manter as sua fronteiras originais, anteriores à ocupação russa.

"Quem é que não tem o desejo de voltar a Kyiv?", interrogou-se no final da visita, com um convite feito ao homólogo ucraniano para visitar Portugal em data oportuna, promessas de levar o assunto Ucrânia à cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) este fim de semana, e a sensação de ter encontrada uma população "a respirar normalmente", apesar da guerra.

Marcelo referiu ser apenas preciso olhar em redor e ver os milhares de pessoas que, apesar das sirenes que todos os dias recordam que há uma guerra no país, saíram para celebrar a independência do país, deambulando entre carros de combate russos capturados e expostos como para saciar a moral da população.

Leia Também: Morte presumida de Prigozhin suscita reações onde Wagner opera em África

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