Iraquiano preso em Monsanto por associação terrorista em greve da fome

Ammar Ameen, um dos dois iraquianos a serem julgados este mês por adesão a organização terrorista, está em greve de fome há cinco dias na cadeia de Monsanto, Lisboa, revelou à agência Lusa o seu advogado.

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Lusa
01/09/2023 17:15 ‧ 01/09/2023 por Lusa

País

Lisboa

Vítor Carreto adiantou que Ammar Ameen está em greve de fome em protesto contra as severas condições prisionais que lhe foram impostas na cadeia de Monsanto e por não lhe serem permitidos contactos com pessoas ou familiares do exterior.

Contactada pela Lusa, a Direção-Geral dos Serviços Prisionais (DGRSP), dirigida pelo Ministério da Justiça, informou que o recluso em causa "se declarou em greve de fome, estando a seguir-se os procedimentos legalmente estabelecidos que, entre outros, incluem o acompanhamento clínico diário, sendo que os seus parâmetros vitais se situam dentro do expectável para quem se encontra em recusa de aceitação das refeições".

O início do julgamento dos iraquianos acusados de crimes de guerra e adesão a organização terrorista chegou a estar marcado para abril passado no Juízo Central Criminal de Lisboa, tendo sido adiado devido a um pedido da defesa para afastar o juiz - o chamado incidente de recusa do juiz.

O início do julgamento está agora marcado para 25 de setembro, pelas 9:30, no Campus de Justiça.

O Ministério Público (MP) acusou em setembro de 2022 os dois irmãos iraquianos - Ammar Ameen e Yasir Ameen - da prática dos crimes de adesão a organização terrorista, crimes de guerra contra as pessoas e, quanto a um arguido, também, de crime de resistência e coação sobre funcionário.

No inquérito conduzido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) foi investigada a atividade dos arguidos enquanto membros do autoproclamado Estado Islâmico (EI), nos departamentos Al Hisbah (Polícia Religiosa) e Al Amniyah (Serviços de Inteligência) durante a ocupação do Iraque por essa organização terrorista, designadamente entre 2014 e 2016.

Permanecendo em Portugal desde março de 2017, ao abrigo do programa de recolocação para refugiados da União Europeia (UE), Ammar Ameen e Yasir Ameen estão em prisão preventiva desde setembro de 2021, quando foram detidos pela Polícia Judiciária.

Um dos irmãos trabalhava no restaurante Mezze, em Arroios (Lisboa), quando o primeiro-ministro, António Costa, e o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, visitaram aquele espaço reconhecido por integrar refugiados.

Leia Também: Prisão preventiva para suspeito de matar um homem em Montemor-o-Novo

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