Professores e Governo? "Não é questão de birra", há "espaço para diálogo"
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou hoje que continua a haver "espaço para diálogo" entre os professores e o Governo, numa altura em que estão anunciadas greves para o arranque do próximo ano letivo.
© Lusa
"Isto não é uma questão de birra. É uma questão de encontrar caminhos", afirmou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, em São João da Pesqueira, onde se encontra a participar na Vindouro.
No seu entender, "a educação, o que tem de fundamental é saber criar caminhos e levar as pessoas a encontrarem novos caminhos".
"Se na educação não há imaginação para criar novos caminhos, onde é que haverá?", questionou.
O ano letivo arranca entre 12 e 15 de setembro e as greves já convocadas por algumas organizações sindicais fazem antever um ano marcado pela contestação dos docentes, à semelhança do anterior.
Segundo o chefe de Estado, é do interesse de todos -- alunos, famílias e professores - "que o ano letivo comece bem, continue bem e acabe bem".
"Ninguém gosta de viver anos atribulados consecutivamente. É muito desgastante para os professores", realçou, lembrando que ele próprio é professor.
No seu entender, a greve é um dos instrumentos que existe em democracia, "mas há outros", como o diálogo.
"Portanto, é utilizar o espaço que exista para o diálogo, para ir encontrando soluções", acrescentou.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, "é muito importante criar um espírito positivo e uma esperança".
"A última coisa que se deve perder é a esperança e os professores precisam de esperança, as famílias precisam de esperança, o ano letivo precisa de esperança", sublinhou.
Lembrando que os seus poderes de Presidente da República só terminam em 2026, Marcelo Rebelo de Sousa garantiu que, até lá, fará tudo o que puder "para criar o espírito positivo, traduzido em anos letivos bem aproveitados".
"E tenho a certeza de que o Governo também quer fazer", acrescentou.
Na sexta-feira, o ministro da Educação lamentou a convocação de greves para o arranque do ano letivo, defendendo que os alunos devem estar em primeiro lugar e, por isso, o ano deve começar "com as escolas em pleno funcionamento".
"Não começamos um ano letivo com as escolas fechadas, temos de começar o ano letivo com as escolas em pleno funcionamento", sublinhou o ministro João Costa, em declarações aos jornalistas à margem do encontro Book 2.0, promovido pela Associação Portuguesa de Editores e Livreiros, em Lisboa.
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