Além de António Costa, estarão presentes nas cerimónias os Presidentes do México, López Obrador, da Colômbia, Gustavo Petro, da Argentina, Alberto Fernández, e do Uruguai, Luís Lacalle Pou, assim como dezenas de destacadas figuras políticas, caso do antigo líder do Governo espanhol Felipe González.
De acordo com o programa oficial, haverá uma receção por parte do chefe de Estado chileno no Palácio La Moneda, pelas 08h25 locais (menos quatro do que em Portugal). Juntamente com outros convidados estrangeiros, António Costa tomará aí o seu pequeno-almoço, seguindo-se um passeio conjunto pelo palácio, antes do primeiro ato solene comemorativo dos 50 anos do golpe, previsto para as 10h00 locais, que inclui um momento cultural e uma breve intervenção da senadora Isabel Allende.
Hora e meia depois, terá então início um segundo ato comemorativo, na Praça da Constituição, com o discurso do Presidente do Chile, que estará acompanhado por grupos de defesa dos direitos humanos.
Ainda durante o período da manhã, será assinada pelos chefes de Estado presentes na cerimónia e pelo primeiro-ministro português uma "Declaração de Compromisso com a Democracia" - um ato protocolar ao qual se seguirão intervenções musicais.
Antes de regressar a Lisboa, ao início da tarde, António Costa reúne-se a sós com o Presidente do Chile. Um encontro que o líder do executivo português espera discutir as condições para um aumento da cooperação económica ao nível bilateral, sobretudo em domínios como as energias e o agroalimentar.
Perante os jornalistas, o primeiro-ministro recusou-se a comentar a crescente radicalização política que se assiste no Chile, assim como em outros países da América Latina. Preferiu antes deixar a mensagem de que as democracias têm de ser defendidas e que as cerimónias de hoje servem para lembrar a violência da ditadura instaurada pelo regime de Pinochet.
Em 11 de setembro de 1973, o general Augusto Pinochet tomou o poder ao derrubar o Presidente Salvador Allende. O golpe de Estado iria marcar o início de uma ditadura sangrenta que durou 17 anos, oficialmente responsável por 3.200 assassinatos e desaparecimentos.
"O Presidente Boric, ao lembrar esse momento, é uma forma de nos recordar a todos que as democracias nunca estão adquiridas e que todos os dias é preciso lutar por elas", vincou.
António Costa observou depois que o 25 de Abril de 1974 em Portugal começou a ser preparado pelos militares dias antes do 11 de setembro de 1973, data do golpe de Estado no Chile.
"Há uma certa ironia nisto. Dois dias antes do golpe do Chile os militares portugueses reuniram-se para derrubar a ditadura e devolver a liberdade. Parece que o nosso 25 de Abril vingou a ditadura que se tinha instalado no Chile", acrescentou.
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