Porto. Administração do Stop disponível evitar fecho em 10 dias
A administração do Centro Comercial Stop, no Porto, confirmou hoje ter recebido a notificação da câmara que aponta para o encerramento do espaço em 10 dias úteis, mantendo-se disponível para dialogar em busca de uma solução.
© Rui Oliveira/Global Imagens
País STOP
Em comunicado, a administração esclarece que foi notificada na quinta-feira pelo que o prazo de 10 dias úteis para cessação de utilização do centro comercial Stop, que acolhe músicos e comerciantes, termina a 6 de outubro, não se efetivando o fecho que estava previsto para hoje.
Esta confirmação chega depois de também na quinta-feira o presidente da Câmara do Porto ter anunciado que a autarquia não conseguiu notificar a administração do condomínio do centro comercial Stop da intenção de fechar o espaço, tendo o seu encerramento sido adiado por 10 dias úteis.
Dizendo-se "focada" na manutenção e no devido funcionamento do Centro Comercial Stop, a administração dirige-se também aos proprietários, arrendatários e demais ocupantes do edifício, apontando que "mantém disponibilidade para o diálogo".
"A Administração do Condomínio, apoiada pela Mesa da Assembleia, mantém a disponibilidade para o diálogo contínuo com a Câmara Municipal do Porto, no sentido de encontrar a solução definitiva para a regularização das condições de utilização do edifício do Centro Comercial Stop", refere a administração num comunicado enviado à agência Lusa.
De acordo com a administração deste centro comercial, esta, acompanhada por uma Comissão Técnica, teve uma reunião com a Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC) para obter e prestar esclarecimentos sobre o relatório recebido a 04 de setembro.
"Essa reunião foi bastante proveitosa, permitindo clarificar os temas reportados no relatório, nomeadamente a administração informa que já estão em desenvolvimento várias medidas de mitigação imediatas e de correção de algumas constatações de insuficiências de segurança descritas no relatório", descreve.
A administração acrescenta que vai solicitar esclarecimentos à Câmara do Porto sobre as questões que a ANEPC colocou na reunião.
Na quinta-feira, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, disse ser intenção do município organizar uma campanha de 'crowdfunding' juntamente com os músicos para angariar dinheiro para as obras de reabilitação necessárias no edifício.
"Estou muito empenhado em resolver o problema do Stop e lembrei-me que podíamos organizar um conjunto de concertos solidários, que fossem um 'crowdfunding', que poderia permitir ajudar os proprietários a fazer as obras mínimas para aquilo [Stop] poder funcionar. Temos a possibilidade de fazer isso no Coliseu e no Rosa Mota", referiu, dizendo que esta é uma "forma indireta" da autarquia ajudar os músicos e proprietários.
"É um desafio à cidade (...) Gostava que as pessoas se mobilizassem", referiu.
Já numa publicação na rede social Instagram, também a associação de lojistas, músicos e artistas ALMA referia na quinta-feira que aquele centro comercial "não será encerrado para já".
A associação indicava ter ocorrido uma reunião na Câmara do Porto e que "o despacho" sobre o enceramento teria primeiro de ser recebido pela administração do centro comercial, o que veio acontecer horas mais tarde conforme comunicado hoje pela administração.
A 08 de setembro, os proprietários e arrendatários do centro comercial Stop foram notificados pelos serviços da Câmara Municipal do Porto de que tinham até 10 dias úteis para desocupar o edifício, prazo que terminaria hoje.
Em declarações então à agência Lusa, o presidente da Associação Cultural de Músicos (ACM) do Stop, Rui Guerra, afirmou que os proprietários e arrendatários foram notificados através de um edital afixado na porta do centro comercial.
Assinado pela diretora do Departamento Municipal de Fiscalização, o edital, a que a Lusa teve acesso, informava da decisão do presidente da Câmara do Porto de "determinar a cessação da utilização do edifício, de todas as frações autónomas e do parque de estacionamento".
O Stop, que funciona há mais de 20 anos como espaço cultural, com salas de ensaio e estúdios, viu a maioria das suas frações serem seladas em 18 de julho, deixando quase 500 artistas e lojistas sem terem para onde ir, mas reabriu em 04 de agosto, com um carro de bombeiros à porta.
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