"Acho que é uma decisão que é consequência tardia de um dogma ideológico, ou seja, primeiro nacionalizaram a TAP, depois os contribuintes meteram lá quase 4 mil milhões de euros e agora é privatizar", disse, para logo acrescentar: "Nunca se toma decisões políticas tendo por base os dogmas ideológicos, isso custa muito dinheiro aos contribuintes".
Miguel Albuquerque falava à margem de uma reunião com o representante da República para a Madeira, no Funchal, na qual foi indigitado para formar o XIV Governo Regional, na sequência das eleições de domingo, que a coligação PSD/CDS-PP venceu com maioria relativa (23 deputados num total de 47 que compõem o parlamento), tento estabelecido um acordo de incidência parlamentar com o PAN, que elegeu um deputado, garantindo a viabilização do executivo.
"Mais vale tarde do que nunca", disse o chefe do executivo madeirense, referindo-se ao facto de o Governo ter anunciado hoje a intenção de alienar pelo menos 51% do capital da TAP, reservando até 5% aos trabalhadores.
"Esta é a percentagem mínima da alienação", disse o ministro das Finanças, Fernando Medina, no final do Conselho de Ministros.
Miguel Albuquerque considera que a região não será prejudicada com a privatização da TAP, adiantando que a operação da companhia está a decorrer normalmente.
O presidente do Governo Regional mostrou-se também confiante de que a companhia aérea 'low-cost' Ryanair vai continuar a operar no arquipélago, apesar da ameaça de fechar a base na Madeira, feita na quarta-feira, devido à proposta da ANA -- Aeroportos de Portugal para a subida das taxas nos aeroportos para 2024.
"Fizemos as diligências e, neste momento, penso que a situação exige e está a exigir uma intervenção do Governo e da ANA, no sentido de resolver essa questão", disse Miguel Albuquerque, vincando que a operação da companhia irlandesa é "muito importante para a Região Autónoma da Madeira".
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