"Vestuário de inverno". Portugal vai enviar nova ajuda para a Ucrânia

O anúncio foi feito pela ministra da Defesa, Helena Carreiras. Pacote pretende ajudar os militares ucranianos a defender-se melhor da descida das temperaturas que se avizinha.

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José Miguel Pires
11/10/2023 18:04 ‧ 11/10/2023 por José Miguel Pires

País

Guerra na Ucrânia

"Vamos continuar a ajudar a Ucrânia com ajuda militar e não militar. No plano da Defesa, anunciei aqui que estamos a preparar um pacote com vestuário de inverno, bem como geradores. É o pacto que estamos a preparar, que vem somar-se às mais de 1.200 toneladas de material que fomos enviando ao longo deste tempo, para além da continuidade da nossa participação nas coligações de capacidades que se foram formando e que estão a adquirir maior sistematicidade", começou por dizer aos jornalistas a ministra da Defesa, Helena Carreiras.

A governante anunciou assim, após uma reunião dos ministros da Defesa da NATO, o envio de um novo pacote de ajuda para a Ucrânia, desta feita através de vestimentas militares para ajudar a ultrapassar o rigoroso inverno no país, com uma novidade: pela primeira vez, o pacote incluirá vestimentas para as mulheres.

"É um pedido específico da Ucrânia para termos roupa também para as mulheres militares. Estamos a colaborar nesse esforço de fornecer vestuário apropriado para o inverno, bem como geradores", referiu, não especificando quantidades, mas garantindo será "um envio relevante para ajudar os ucranianos no inverno".

A reunião dos ministros da Defesa da NATO, que contou também com a participação do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. "Foi marcante, fez um discurso emocionante, emocionado, salientando a gratidão que tem relativamente ao apoio que tem sido dado à Ucrânia, que se reconfirmou nesta reunião. Continua a haver um grande consenso de declarações de apoio à Ucrânia", disse líder da tutela da Defesa.

Aos jornalistas, a governante revelou ainda que, apesar de já terem começado os esforços de formação no âmbito dos caças F16, "em vários lugares", Portugal não está "ainda a participar", apesar de ter mostrado disponibilidade para treinar pilotos e mecânicos.

"Estamos a continuar a ter reuniões técnicas para avaliar qual é o momento em que a nossa participação será requerida no conjunto das ofertas de formação e apoio", esclareceu, afirmando que "a Dinamarca e a Holanda estão a pilotar esse processo e os EUA informam no âmbito do grupo de Ramstein que vão associar-se também e codirigir essa coligação de apoio, que tem a ver com a força aérea e a dimensão aérea do conflito".

Portugal está, no entanto, a "ponderar" a sua "participação em termos de desminagem", disse a ministra. 

Não é a primeira vez que Helena Carreiras afirma que o país está estava disponível para esta missão, limitando-se à formação de mergulhadores ucranianos.

O ex-ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, alertou a comunidade internacional para a necessidade de desminar o Mar Negro, que se tornou, novamente, numa zona de alta tensão após o Kremlin ter abandonado o acordo para exportação de cereais ucranianos.

A Rússia iniciou uma invasão em grande escala da Ucrânia, em fevereiro de 2022, espoletando um conflito armado que já resultou na morte de milhares de civis. No panorama internacional, Kyiv já se mostrou disponível e desejoso de se tornar membro da União Europeia, bem como da NATO, que tem debatido em conjunto com o governo ucraniano as respostas à invasão russa.

[Notícia atualizada às 18h25]

Leia Também: Irmãos ucranianos acusados de ajudarem Rússia em ataque em Kharkiv

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