Climáximo cimenta "vários buracos" de campo de golfe do Paço do Lumiar
"Nós sabemos como parar esta guerra e instaurar a paz. E isso significa que as empresas, os CEOs e acionistas que gastam os seus lucros exorbitantes nestes campos de luxo têm que pagar a transição energética", justificou um membro da ação.
© Climáximo
País Climáximo
Membros do coletivo Climáximo invadiram o campo de golfe do Paço do Lumiar, na noite de quarta-feira para quinta-feira, e cimentaram "vários buracos". Substituíram, além disso, as bandeiras dos mesmos com a sua mensagem - "Desarmar as armas".
"Estes espaços, dentro da cidade, ao invés de serem convertidos em floresta, habitação, hortas urbanas, ou dados qualquer tipo de uso público, servem para o luxo dos ricos, à custa de uma quantidade absurda de água. [...] São como uma torre de marfim onde os culpados por estas crises se escondem, enquanto que a população sofre com a seca e ondas de calor", atirou um membro por detrás da ação, não deixando de mencionar a crise da habitação em Portugal, que continua "alimentada pela crise climática".
Fazendo, nessa linha, referência às chuvas que assolaram a Índia, na semana passada, e que levaram ao transbordo de um lago glacial, resultando em inundações, o grupo de ativistas apontou que "a crise climática transformou cada um destes lagos numa mina aquática, prestes a explodir e matar dezenas de pessoas à mínima perturbação meteorológica", em comunicado enviado às redações.
"Foram afetadas 22 mil pessoas. Há 40 mortos, 26 pessoas feridas e outras 102 dadas como desaparecidas. Há mais 200 lagos como este em risco muito elevado de transbordarem, e causarem mais destruição. [...] Segundo os cientistas, os oceanos estão a aquecer ao mesmo ritmo do que se cinco bombas atómicas de Hiroshima fossem lançadas na água a cada segundo", complementaram.
© Climáximo
"Sabemos como parar esta guerra e instaurar a paz. E isso significa que as empresas, os CEOs e acionistas que gastam os seus lucros exorbitantes nestes campos de luxo têm que pagar a transição energética", indiciou outra ativista, que considerou que é necessário "revalorizar o bem comum", uma vez que "o lazer, a cultura e o desporto têm que ser acessíveis para todas as pessoas, não o luxo de uma elite".
Apelando para que "todas as pessoas" se juntem "para travar esta guerra", o Climáximo salientou ainda que "as pessoas comuns estão a sofrer, a serem despejadas por senhorios ou inundações, sujeitas à precariedade pelos preços de uma energia fóssil e obsoleta, enquanto uma elite goza descaradamente dos seus luxos".
"Vais aceitar isto?", questionou.
De notar que o Climáximo tem levado a cabo várias ações de protesto nas últimas semanas, tendo pintado e estilhaçado a fachada da sede da REN, em Lisboa, no sábado. Bloquearam, também, o trânsito na Avenida de Roma, à semelhança outros protestos na rua de S. Bento e na Segunda Circular, em frente à sede da Galp, entre outras manifestações pelo clima.
[Notícia atualizada às 09h25]
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