Efacec? Negócio "é bom para o ponto em que a situação chegou"

O Presidente da República descreveu a empresa como um "ativo nacional muito importante".

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© Andrew Kravchenko/Bloomberg via Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
02/11/2023 18:04 ‧ 02/11/2023 por Notícias ao Minuto com Lusa

Economia

Presidente da República

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou, esta quinta-feira, que a Efacec é "um ativo nacional muito importante", que "criou ao longo de muitos muitos anos um prestígio e uma reputação" no país.

Neste sentido, considerou que a sua venda ficou "aquém" daquilo que seria desejado se não tivesse existido uma pandemia mundial e uma guerra na Europa. No entanto, avaliando o contexto atual, considerou que o negócio "é bom".

Em declarações aos jornalistas, a partir do Museu dos Coches, em Lisboa, o chefe de Estado lembrou que promulgou a nacionalização da empresa em 2020 porque "estava em causa o prestígio nacional".

No entanto, devido à pandemia de Covid-19 e à guerra na Ucrânia, "Portugal encontrou-se numa situação muito difícil em relação à venda" da empresa. "Houve [necessidade] de salvar a Efacec 'in extremis' e reprivatizá-la logo que possível", explicou.

"Eu diria que não havia nenhuma solução boa ou muito boa comparado com o valor que teria tido a Efacec num contexto diferente", sublinhou, acrescentando que houve um "acumular de situações complicadas" na venda da empresa.

O negócio com fundo alemão Mutares, reiterou Marcelo, "é bom para o ponto em que a situação chegou, devido à conjuntura internacional e ao tempo decorrido". No entanto, "está aquém" daquilo que seria desejado num contexto diferente.

"Perguntam-me: é bom para o ponto a que a situação chegou devido à conjuntura internacional e ao tempo decorrido? Admito que o senhor ministro [da Economia] ache que é bom. Agora, é bom em termos daquilo que nós sonharíamos e desejaríamos para a Efacec num contexto diferente? Eu acho que está aquém daquilo que nós ao longo do tempo sonhámos e pensámos e admitimos que fosse possível para a Efacec", acrescentou.

Segundo o chefe de Estado, "uns dirão" que, "para aquilo que realmente valia, chegou a valer a importância estratégica da Efacec, é pouco", enquanto "outros dirão" que, perante "o risco de não haver nada e de, portanto, haver uma situação que era pôr em causa a reputação do Estado português e a reputação em vários contratos em vários mercados, é uma saída".

Marcelo Rebelo de Sousa referiu que não conhece "em pormenor as condições" do negócio, mas supõe que são "diferentes daquelas que existiriam se a situação económica internacional fosse outra".

O Estado, através da Parpública, vendeu na terça-feira 100% da Efacec ao fundo alemão Mutares.

A Efacec, empresa que opera nos setores da energia, engenharia e mobilidade, com cerca de 2.000 trabalhadores, tinha sido nacionalizada em 2020, ficando o Estado a deter 71,73% da empresa.

A nacionalização, apresentada como temporária, ocorreu na sequência do arresto judicial de bens da empresária angolana Isabel dos Santos, que detinha a maioria do capital da Efacec.

Na terça-feira, o ministro da Economia disse que o Estado vai injetar mais 160 milhões de euros na Efacec, enquanto o fundo Mutares injetará na empresa 15 milhões de euros em capital e 60 milhões de euros em garantias.

O Estado já injetou 132 milhões de euros na Efacec, a que se somam mais 85 milhões de euros em garantias.

[Notícia atualizada às 19h03]

Leia Também: PCP defende que prioridade é travar "privatização ruinosa" da Efacec

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