O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, reiterou, esta sexta-feira, a posição do Governo em relação à polémica que surgiu após as declarações do secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, quando este disse que o ataque do Hamas em Israel "não aconteceram do nada".
"Efetivamente, criou-se - ou quis criar-se - um incidente em torno de palavras que [António Guterres] disse e que foram distorcidas. Aquilo que disse foi precisamente claro, e foi precisamente cristalino na sua condenação dos ataques terroristas do Hamas", sublinhou, em resposta e agradecimento a Paulo Pisco, do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, que notou a "solidariedade" do Governo e do responsável pelas pasta dos Negócios Estrangeiros relativamente à posição assumida aquando "os ataques" a Guterres.
Antes do agradecimento de Gomes Cravinho, Paulo Pisco frisou, durante a audição do ministro na Comissão de Orçamento e Finanças, que se realizava no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2024: "Um ataque ao secretário-geral da ONU não é apenas um ataque à pessoa, é uma fragilização do sistema das Nações Unidas e da importância que as Nações Unidas têm em termos globais para dar apoio ao mundo nas suas diversas dimensões", referiu o socialista, referindo-se à resolução de conflitos, combate à fome e à pobreza, ajuda refugiados, entre outros.
Gomes Cravinho lembrou ainda a intervenção de Guterres - na sequência da qual Israel pediu a sua saída da liderança da ONU -, considerando o ministro que Guterres também "estava a chamar à atenção para a necessidade de partir desta tragédia" que se vive hoje no Médio Oriente, e "construir a paz". "E para isso é preciso perceber toda a trajetória histórica daquela região, que tem sido tão fustigada, cujas populações têm sido vítimas de violência ao longo de muitas décadas", atirou.
Sublinhou ainda que as críticas "violentas" às palavras de Guterres tiveram como objetivo "condicioná-lo". "Impedir que ele utiliza a sua voz como consciência da humanidade", notou.
O reforço da posição do Executivo aconteceu durante a audição do ministro na Comissão de Orçamento e Finanças, que se realizava no âmbito da discussão do Orçamento do Estado para 2024. Durante a audição, Paulo Pisco, do Grupo Parlamentar do Partido Socialista notou a "solidariedade" do Governo e do responsável pelas pasta dos Negócios Estrangeiros relativamente à posição assumida aquando "os ataques" a Guterres. "Um ataque ao secretário-geral da ONU não é apenas um ataque à pessoa, é uma fragilização do sistema das Nações Unidas e da importância que as Nações Unidas têm em termos globais para dar apoio ao mundo nas suas diversas dimensões", referiu o socialista, referindo-se à resolução de conflitos, combate à fome e à pobreza, ajuda refugiados, entre outros.
Durante a sua intervenção na Assembleia da República, Gomes Cravinho considerou ainda que a situação que se passa no Médio Oriente era trágica, e traçou como primeira prioridade "salvar vidas", a cessação de hostilidades, tornando aquilo que é "momentâneo em permanente" e também sublinhou o momento como o que deveria ser para "engendrar uma nova dinâmica do chamado processo de paz".
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