A governante portuguesa fez hoje primeira visita à Guiné-Bissau para reforçar a cooperação na área da Defesa entre os dois países, no dia em que em Portugal se soube da investigação ao primeiro-ministro António Costa e do posterior pedido de demissão do chefe do Governo português.
"Não estou a olhar para Portugal, estou a olhar para a Guiné-Bissau, não vou comentar nada do que se está a passar em Portugal", respondeu, quando questionada pela Lusa sobre a atualidade política em Portugal.
A ministra insistiu estar "mesmo concentrada nesta visita" à Guiné-Bissau e "muito agradecida por tê-la realizado", adiantando que "embora curta" era "de facto uma visita que tinha de fazer".
"É a minha primeira visita à Guiné-Bissau e assim completei um ciclo de visitas aos países africanos de língua portuguesa, pensando já nos outros projetos que temos em curso, no âmbito da CPLP, que são muito interessantes e que vão permitir dar um salto mais ainda no nível de cooperação", afirmou.
A ministra da Defesa Nacional de Portugal visitou na Guiné-Bissau a zona onde a Marinha Portuguesa treinou doze militares patrões de lancha guineenses, que estarão aptos a operar embarcações em breve.
Observou também as infraestruturas que estão a ser construídas para que seja possível aumentar a capacidade da marinha da Guiné-Bissau e que serão muito importantes no trabalho de vigilância marítima.
A ministra visitou ainda o centro de monitorização e de vigilância que, como descreveu, "é também uma capacidade fundamental para controlar" o mar da Guiné, "que precisa de ser defendido, protegido e conhecido também".
Da parte de Portugal, expressou "um grande gosto em colaborar neste processo, onde está também a União Europeia".
"Muito nos orgulha porque é a concretização de uma cooperação antiga que temos com a Guiné-Bissau, desde o final dos anos 80 e que temos conseguido manter apesar da instabilidade, e isto é um feito que deve ser celebrado", afirmou.
O homólogo guineense, Nicolau dos Santos, destacou o memorando de entendimento sobre a "Missão de Capacitação Portuguesa na República da Guiné-Bissau", que foi hoje oficializado entre os dois países, durante a visita da ministra portuguesa a Bissau.
O ministro da Defesa da Guiné-Bissau salientou que este memorando "tem um grande significado" para o país porque alarga e aprofunda as relações de cooperação com Portugal.
Frisou ainda que com esta cooperação na área da Defesa, Portugal contribui com "o conhecimento" que a Guiné-Bissau necessita para transformar as Forças Armadas do País "em forças armadas republicanas".
"E isso não será feito sem qualificação, sem formação dos nossos militares", sublinhou.
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