Pizarro assume que crise política é perturbadora para a sociedade
O ministro da Saúde assumiu hoje que a atual crise política é perturbadora para a sociedade portuguesa, mas mostrou-se "absolutamente convencido" de que a democracia encontrará uma solução para a ultrapassar.
© Nuno Branco/SOPA Images/LightRocket via Getty Images)
País Governo/Crise
"Sem que tudo isto [crise política atual] deixe de ser perturbador para a sociedade portuguesa, porque é perturbador para a sociedade portuguesa, também quero transmitir uma mensagem de confiança porque a democracia encontrará sempre uma solução", afirmou Manuel Pizarro durante a abertura do 32.º Congresso da Ordem dos Médicos Dentistas em Matosinhos, no Porto.
Dizendo que a sua presença naquele evento ocorria em circunstâncias particulares, o governante reafirmou estar "absolutamente convencido" de que a democracia encontrará uma solução para a crise política que Portugal está a viver.
"E essa solução permitirá a afirmação da nossa consciência e percurso coletivo enquanto nação e povo, como sempre aconteceu", reforçou.
Instado pelos jornalistas a fazer um balanço da sua liderança no Ministério da Saúde, Manuel Pizarro afirmou que os balanços se fazem no momento da saída, o que não é o caso porque ainda tem "muitos meses de trabalho árduo" pela frente.
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro, na terça-feira.
António Costa é alvo de uma investigação do Ministério Público (MP) no Supremo Tribunal de Justiça, após suspeitos num processo relacionado com negócios sobre o lítio, o hidrogénio verde e um centro de dados em Sines terem invocado o seu nome como tendo intervindo para desbloquear procedimentos.
De acordo com o MP, podem estar em causa os crimes de prevaricação, corrupção ativa e passiva de titular de cargo político e tráfico de influência.
O MP considera que houve intervenção do primeiro-ministro na aprovação de um diploma favorável aos interesses da empresa Start Campus, responsável pelo centro de dados, de acordo com a indiciação, que contém várias outras referências a António Costa.
No dia da demissão, Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável".
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