Autorizada saída de Gaza de 10 cidadãos sinalizados por Portugal

As autoridades egípcias, em articulação com Israel, autorizaram a saída da Faixa de Gaza de dez cidadãos sinalizados por Portugal, dois dos quais luso-palestinianos, adiantou esta quarta-feira à noite o Ministério dos Negócios Estrangeiros português.

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Lusa
16/11/2023 00:13 ‧ 16/11/2023 por Lusa

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MNE

O chefe da diplomacia portuguesa, João Gomes Cravinho, revelou esta quarta-feira à noite que os 10 cidadãos nacionais e familiares deverão sair hoje através da passagem de Rafah, a qual estará aberta para a retirada de cidadãos estrangeiros de Gaza para o Egito.

Estes cidadãos completam o número de pessoas da lista prioritária fornecida por Portugal às autoridades de Israel e do Egito, acrescentou, em declarações aos jornalistas num hotel em Bissau.

João Gomes Cravinho referiu que entre estes cidadãos estão três menores.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgou na quarta-feira à noite a morte de três portugueses num bombardeamento no sul da Faixa de Gaza, enclave onde decorre uma guerra entre as forças israelitas e o movimento islamita palestiniano Hamas desde o início de outubro.

O ministro dos Negócios Estrangeiros lamentou estas mortes em Gaza, acrescentando que morreram "uma adulta e duas crianças" de nacionalidade portuguesa, juntamente com dois familiares.

Estas cinco pessoas estavam incluídas na lista de 16 que o Governo português forneceu às autoridades para a retirada da Faixa de Gaza, revelou ainda.

No comunicado divulgado na quarta-feira à noite, o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) realçou que as Embaixadas de Portugal no Cairo e em Telavive, bem como a representação diplomática de Portugal em Ramallah e o Gabinete de Emergência Consular em Lisboa, estão "em contacto com este grupo de cidadãos, bem como com as respetivas autoridades locais para concretizar a saída em segurança".

"O repatriamento dos cidadãos deste grupo que venham a sair, amanhã [hoje] e em dias seguintes, a partir do Egito ficará a cargo do Estado Português, estando assegurados alojamento e transporte para território nacional", acrescentou.

A 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) - desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 40.º dia e continua a ameaçar estender-se a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.320 mortos, na maioria civis, 28.200 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.

[Notícia atualizada às 06h20 do dia 16 de novembro]

Leia Também: "Desgosto". MNE lamenta morte de portugueses em Gaza e apela a Israel

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