Meteorologia

  • 08 SEPTEMBER 2024
Tempo
16º
MIN 15º MÁX 26º

Tâmega e Sousa contou 1.585 vítimas de violência doméstica desde 2021

O projeto-piloto da UNIDAS - Rede Intermunicipal de Apoio à Vítima do Douro, Tâmega e Sousa registou 1.585 casos de vítimas de violência doméstica desde que arrancou, em 2021, com estruturas de atendimento nos 11 municípios do Norte abrangidos.

Tâmega e Sousa contou 1.585 vítimas de violência doméstica desde 2021
Notícias ao Minuto

11:10 - 24/11/23 por Lusa

País Projeto-piloto

"De abril de 2021 a setembro de 2023 tivemos 1.585 casos de vítimas de violência doméstica atendidas e um total de 9.811 atendimentos, com apoio psicológico, social e jurídico", avançou hoje à Lusa Madalena Oliveira, investigadora em vitimologia e consultora do projeto-piloto da Rede UNIDAS.

Em entrevista à Lusa, no âmbito do Dia Internacional pela Eliminação da Violência contra as Mulheres, que se assinala no sábado, a especialista referiu que o impacto que o UNIDAS teve na população daquele território foi "transformador" para a problemática da violência, com os atendimentos a superar "largamente" a expectativa inicial da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Tâmega e Sousa, entidade que coordena o projeto.

"O impacto que a UNIDAS teve neste território foi transformador, porque todos cidadãos que experienciaram situações de vitimização encontraram no território a possibilidade de serem ouvidos e de encontrarem uma resposta em função daquilo que era a sua necessidade (...). Os resultados enfatizam o caráter inovador deste projeto, porque compreende todo o território que são 11 municípios, com características muito diferentes".

A CIM do Tâmega e Sousa tinha proposto, numa fase inicial, chegar aos 2.000 atendimentos e aos cerca de 500 encaminhamentos para outras respostas da rede, mas esse objetivo foi "largamente" ultrapassado, contabilizando-se, até setembro, 9.811 atendimentos e mais de 500 encaminhamentos para outras estruturas ou outros serviços de apoio, referiu a especialista.

O projeto, que representou um investimento de cerca de 205 mil euros, sendo cofinanciado pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE), através do Fundo Social Europeu, e pela CIM do Tâmega e Sousa, criou 11 gabinetes de apoio às vítimas de violência doméstica nos municípios de Felgueiras, Celorico de Basto, Paços de Ferreira, Lousada, Amarante, Penafiel, Marco de Canaveses, Baião, Castelo de Paiva, Cinfães e Resende.

Segundo a especialista, o UNIDAS trouxe, acima de tudo, a visão das vítimas de violência, que reportaram a confiança total nos técnicos que as estavam a acompanhar, que sentiram "melhorias muito significativas nas suas vidas" e também na "autoestima", e que o facto de serem acompanhadas nos gabinetes lhes permitiu ajudar na tomada de decisão e "perder alguns medos com que se deparavam em casa".

"Este projeto, de grande dimensão, tem forçosamente que ter continuidade (...), as vítimas vão continuar, as estruturas existem, mas é fundamental que continuem a ser apoiadas no sentido de continuar a dar o apoio necessário às vítimas", assinalou.

O vice-presidente da Comissão para a Cidadania, Igualdade de Género (CIG), Manuel Albano, explicou que o projeto UNIDAS surgiu na sequência de um desafio lançado à CIM Tâmega e Sousa, no sentido de implementar políticas públicas na área da violência doméstica através da territorialização.

Segundo Manuel Albano, a intervenção territorial permite dar uma melhor resposta através da proximidade, como acontece com o UNIDAS, que tem 11 gabinetes de apoio junto das populações e a trabalhar com outras estruturas municipais em rede.

Manuel Albano observa ainda que o projeto UNIDAS permitiu ter uma resposta maior, porque existiu "efetivamente um sentimento de segurança e de apoio" através da proximidade à população.

O criação dum modelo próprio para funcionar em rede e a operacionalidade e motivação dos intervenientes foi determinante para a realização do UNIDAS, acredita Manuel Albano, considerando que "grande a grande qualidade" do projeto foi, por uma lado "existir a vontade política e a vontade técnica" para construir em algo e, por outro lado, a "capacidade das instituições apropriarem e construírem um modelo de intervenção que se adapta àquilo que são as suas necessidades".

Leia Também: Bebé em estado grave após ser esfaqueado pelo padrasto em Mirandela

Recomendados para si

;
Campo obrigatório