Revisão estatutária do PSD moderniza partido que quer "tratar do país"

O secretário-geral do PSD defendeu hoje que a proposta única de alteração dos estatutos apresentada pela direção moderniza o partido, que quer reformar-se internamente para depois "tratar do país".

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Lusa
25/11/2023 12:36 ‧ 25/11/2023 por Lusa

Política

PSD/Congresso

"Queremos hoje sair daqui com os novos estatutos, o congresso de um partido modernizado, mas sobretudo dar um exemplo a Portugal que não somos imaturos nem infantis. Somos responsáveis e sérios. Tratamos da nossa casa para a seguir tratar do país", defendeu Hugo Soares.

Esta posição foi manifestada pelo dirigente no 41.º Congresso do PSD, que decorre hoje em Almada (distrito de Setúbal), e que foi convocado com o objetivo principal de rever os estatutos, mas que a crise política com a demissão do primeiro-ministro, António Costa, transformou num pontapé de saída da campanha eleitoral para as legislativas antecipadas de março.

Após alguns apelos do presidente da Mesa do 41.º Congresso, Miguel Albuquerque, para que a discussão do único dia de reunião magna se focasse "no essencial", também Hugo Soares afirmou que a Comissão Política Nacional (CPN) propôs à Mesa do Congresso que a votação da proposta fosse "feita em bloco".

"Tenho a certeza que uns gostavam que [a revisão estatutária] fosse mais assim e assado, é da natureza das coisas, mas tenho a profunda convicção que esta proposta melhora a vida interna do partido. Prepara o partido, moderniza-o, abre-o à sociedade civil, dá-lhe transparência, procura trazer mais mulheres para a participação cívica e política", enumerou.

Hugo Soares defendeu ainda que o facto de existir apenas uma proposta para revisão estatutária, apresentada pela direção, mostra "um partido unido".

"Para quem duvidava que este era um partido unido e coeso, haver uma única proposta é um grande exemplo da união e coesão partidária", disse.

Antes, o vice-presidente Miguel Pinto Luz subiu ao púlpito para apresentar a proposta da direção, defendendo várias alterações, como a criação de um regulamento ético para todas as listas do partido, "porque a transparência não pode ser uma opção, a transparência é uma obrigação do PSD".

A aplicação de regras da paridade nos órgãos internos é outra das propostas, com Pinto Luz a fazer referência a mulheres como Manuela Ferreira Leite ou Maria Luísa Albuquerque como exemplos de "ativos do PSD".

O dirigente social-democrata também alertou para uma "descredibilização da política causada pelo PS" que afeta toda a classe, defendendo que "é urgente voltar a credibilizar a política".

Entre as principais mudanças propostas pela CPN para a alteração estatutária conta-se uma quota máxima para a direção na escolha de candidatos a deputados (até dois terços do total) ou a criação de um regulamento ético para todas as listas do partido, bem como a aplicação de regras da paridade nos órgãos internos e a realização de uma convenção pré-congresso sempre que haja mais do que um candidato às eleições diretas para presidente do PSD.

A possibilidade abrir a eleição do líder a simpatizantes, as chamadas primárias, ficou fora da proposta, apesar de alguns apelos públicos para essa discussão.

No entanto, por uma questão de prazos, nenhuma das propostas se irá ainda aplicar às próximas eleições legislativas. Se for aprovada a revisão -- exige o voto favorável de três quintos dos delegados - terá depois de ser criada uma comissão de redação final e o seu trabalho homologado em Conselho Nacional.

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