Aumento de pensões? "Montenegro tem o dever de esclarecer o país"
Em causa está uma proposta abordada pelo líder do Partido Social Democrata (PSD) no congresso do partido, que o líder parlamentar veio esclarecer esta segunda-feira.
© Igor Martins / Global Imagens
Política José Luís Carneiro
O candidato à liderança do PS José Luís Carneiro disse, esta segunda-feira, que o líder da oposição, Luís Montenegro, tinha que esclarecer "rapidamente o país" sobre a proposta do aumento das pensões que o partido tem, anunciada este fim de semana.
"O dr. luís Montenegro tem um dever para com o país, muito particularmente para com os pensionistas. É esclarecer rapidamente, e tão fundamentadamente quanto possível, o que é que quis dizer no congresso do PSD - se, afinal, tinha uma proposta para aumentar as pensões ou se estava apenas a falar com complemento solidário para idosos", referiu.
Em causa está a promessa do aumento das pensões, sobre a qual o líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, veio prestar hoje esclarecimentos. Em entrevista à TSF, o social-democrata referiu que este aumento se referia apenas ao valor do Complemento Solidário para Idosos.
"O Complemento Solidário para Idosos não é uma prestação geral e também não é automática", disse, rejeitando comentar se o anúncio feito por Montenegro teria sido "um lapso" ou um "truque".
José Luís Carneiro reforçou que a situação iria ser "acompanhada" e que era preciso obter esclarecimentos.
Se há algo que valha a pena na vida política é termos propostas para contribuir para a melhoria das pessoas
Em declarações aos jornalistas, em Lisboa, José Luís Carneiro relembrou ainda que, no domingo, "trabalhou" algumas ideias com dois pessoas com responsabilidades "especiais" para o país, referindo-se ao presidente da União das Misericórdias e do presidente da Confederação Nacional das Instituições Particulares de Solidariedade Social.
"Assumi com eles três compromissos - que são para melhorar a vida das pessoas. Se há algo que valha a pena na vida política é termos propostas para contribuir para a melhoria das pessoas", defendeu, expondo as ideias debatidas.
"[Conjuntamente] temos uma capacidade de reforço em 50% para aumentarmos as consultas médicas, cirurgias e ainda os exames de diagnóstico", começou por esclarecer.
Quanto à segunda ideia, José Luís Carneiro apontou que há condições para colocar em prática o plano 'Voltar à Casa', que tem como foco os idosos hospitalizados que se encontram "sem retaguarda familiar". "Em seis meses, há condições para fazer regressar a casa 300 idosos que hoje estão nos hospitais por não terem uma retaguarda social de apoio, acolhimento e de dignificação da sua velhice", garantiu.
Sublinhando que defendia esta terceira proposta no âmbito da sua candidatura, José Luís Carneiro falou da Rede de Cuidados Continuados. "Temos pelo país uma Rede de Cuidados Continuados e é possível fazer a acompanhar essa rede com respostas em termos de saúde mental e em termos das demências", notou, reconhecendo que esta era uma situação "muito vivida" pelas famílias portuguesas.
Mas Carneiro acabou por retirar uma quarta proposta da 'cartola', começando por explicar que esta tinha ainda que ser discutida com a Conferência Episcopal. "Tem que ver com a capacidade de com o Estado, as Misericórdias, as instituições de solidariedade social - e em diálogo com a Conferência episcopal - encontrarmos respostas integradas, nomeadamente, para utilizarmos a disposição das instalações das dioceses - que estão estruturadas em termos distritais - para efeitos de acolhimento e acompanhamento das pessoas em situação de sem-abrigo", atirou.
Reforçando que o Governo já desenvolveu um programa neste âmbito, José Luís Carneiro notou que era preciso dar-lhe "eficácia". "Nos grandes centros urbanos está a sentir-se uma necessidade muito grande porque todas as semanas aparecem novos sem abrigo - por causas muito diversas. Há também disponibilidades destas instituições para nos acompanhar nestes objetivos", rematou.
[Notícia atualizada às 13h45]
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