Ucrânia? Guerra no Médio Oriente não vai fazer com que haja "distrações"
João Gomes Cravinho está em Bruxelas, onde se encontram os seus homólogos europeus, mas também o chefe da diplomacia dos EUA, Antony Blinken, e o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
País João Gomes Cravinho
O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), João Gomes Cravinho, está presente, esta terça-feira, numa reunião em Bruxelas, na Bélgica, onde responsáveis por esta pasta estão reunidos, por forma a reforçar a posição de apoio à Ucrânia e avaliar o desenrolar da situação no Médio Oriente.
No âmbito da guerra na Ucrânia, Gomes Cravinho falou sobre as dificuldades que estão a ser criadas pela Rússia. "A Rússia está a manipular e utilizar extensões antigas nos Balcãs Ocidentais para criar divisões e dificuldades aqui às portas da Europa - temos de ter muita atenção em relação aos Balcãs Ocidentais", afirmou, em declarações aos jornalistas, sublinhando também que são problemas que têm "profundas raízes históricas locais", mas cuja dimensão geopolítica é "muito significativa".
Gomes Cravinho assinalou ainda que a reunião de hoje permitirá assegurar ainda ao MNE ucraniano, Dmytro Kuleba, que a guerra "gravíssima" no Médio Oriente não vai fazer com que haja "distrações" no que diz respeito à importância da Ucrânia. "Seria um erro muito grave que outras circunstâncias internacionais permitissem que nos distraíssemos, porque na Ucrânia joga-se também o futuro da segurança de toda a região euro-atlântica", considerou.
O que se passa na Ucrânia não é menos importante do que era antes de 7 de outubro
O ministro referiu ainda que não acredita que o apoio que os EUA estão a dar em relação ao Médio Oriente afete o apoio à defesa da Ucrânia. "São dois desafios distintos - ambos importantes. Mas o que se passa na Ucrânia não é menos importante do que era antes de 7 de outubro", reforçou.
Questionado pelos gastos dos EUA destinados aos dois conflitos, e sobre o impacto que pode ter na Ucrânia - ou se poderão ser levantadas dúvidas, Cravinho foi taxativo: "Creio que não. Naturalmente, que há um debate interno nos Estados Unidos, temos visto polarização. Mas temos visto também um processo de aproximação entre os diferentes pontos de vista políticos - e acredito que o resultado seja um pacote satisfatório para aquilo que é a nossa expetativa em relação ao empenho dos EUA no Médio Oriente e também na Ucrânia", justificou.
Ainda durante as declarações, Gomes Cravinho falou no futuro, que "passa também por um outro tipo de relação com o sul".
"Portugal tem-se empenhado muito em trazer essa matéria para a atenção dos aliados na NATO - algo que fizemos com sucesso, e que foi consagrado em Vilnius", referiu. De acordo com o MNE, "a expectativa é que em julho do ano que vem será o momento para se definir uma nova abordagem em relação ao sul", algo que Gomes Cravinho acredita ser não só muito significativo para Portugal, "como também para toda a Aliança".
[Notícia atualizada às 13h10]
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