Na nota, hoje divulgada, a estrutura sindical disse que a sua direção "lamenta o regresso ao passado no Global Media Group (GMG) com a atual administração, nomeada em setembro, a fazer o habitual no Global Media Group durante anos -- ignorar ou desrespeitar as estruturas sindicais, enquanto tenta aterrorizar os trabalhadores".
De acordo com a mesma informação, no dia 20 de novembro, "o sindicato, preocupado com a situação no GMG e inquieto com a estagnação salarial na empresa, escreveu à administração a sugerir uma reunião para que fossem retomadas as negociações iniciadas a 26 de outubro", sendo que "dada a urgência, foi proposto o dia 29 de novembro".
No entanto, destacou, "esse dia chegou sem qualquer resposta", garantindo que o SJ "entrou de boa-fé nesta negociação, privilegiando o diálogo quando seria mais fácil recorrer aos mecanismos legais, nomeadamente para fazer cumprir de imediato o novo CCT [contrato coletivo de trabalho]".
Segundo o SJ, este "regresso ao passado" não fica apenas no plano da "discussão sindical" e "estende-se à estratégia da empresa, que anunciou de viva voz a vários representantes o despedimento de cerca de 150 pessoas -- 40 no Jornal de Notícias, 30 na TSF e 56 nos serviços partilhados do grupo -- e depois negou à imprensa ter comunicado esse plano como o único possível".
"A intenção manifestada de forma clara de proceder a um despedimento coletivo consubstancia um regresso ao antanho mais profundo, com o recurso a uma metodologia que já provou ser incapaz de resolver o problema nas empresas jornalísticas", disse o SJ.
Para o sindicato, "cortar com quem faz as notícias, despedir jornalistas, não contribuiu para valorizar o trabalho" e se, prosseguiu, "a qualidade decresce, o interesse dos leitores e anunciantes também, arrastando a empresa para uma espiral negativa que certos empresários pensam que se resolve despedindo em massa".
O SJ assegurou ainda que "isto acontece numa altura em que a empresa está a contratar assessores, consultores e diretores para o grupo, certamente com custos superiores ao salário mínimo de um jornalista, 903 euros, que a empresa se recusa a pagar".
Segundo o sindicato, "o GMG planeia despedir jornalistas e outros quadros da empresa" e alienar "duas revistas, que constituíam mais-valias para o grupo, a "Evasões" e a "Volta ao Mundo", sem prestar qualquer informação".
Estas são algumas das questões que o sindicato vai levar hoje "ao Presidente da República, numa audiência em Belém, a quem pretende sensibilizar para a necessidade de um maior escrutínio das pessoas e sociedades que assumem a liderança de empresas de media".
"O despedimento coletivo do jornal "A Bola", que os tribunais começaram já recusar, também estará em cima da mesa neste encontro, em que esperamos chamar a atenção para o investimento de fundos estrangeiros na comunicação social em Portugal, como o World Opportunity, no GMG, e o Grupo Ringier, naquele jornal desportivo", rematou.
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