Gémeas? Fizemos o habitual, "um reencaminhamento". "Ponto final"
António Costa realçou que agora é necessário esperar pelas conclusões das investigações que já estão em marcha sobre o caso.
© Lucas Neves / Getty Images
País Caso gémeas
O primeiro-ministro, António Costa, recusou, esta quarta-feira, comentar o caso das gémeas luso-brasileiras tratadas no Santa Maria, em Lisboa, com o medicamento mais caro do mundo.
À margem de uma visita à estação de metro da Casa da Música, no Porto, António Costa confirmou apenas que o seu gabinete recebeu uma comunicação da Casa Civil da Presidência da República e, que tal como noutros casos, o assunto foi encaminhado para os ministérios competentes.
"Relativamente ao que diz respeito ao meu gabinete, nós já confirmámos que recebemos uma comunicação da Casa Civil da Presidência da República, entre muitas outras que recebemos, e fazemos o que habitualmente fazemos com esse expediente: há um reencaminhamento para os ministérios competentes em razão da matéria. Ponto final", reiterou.
Para o primeiro-ministro demissionário, é necessário agora aguardar pelas conclusões das investigações que já estão em andamento.
"As entidades competentes estão a fazer as averiguações que são necessárias. Além do Ministério Público (MP), o ministro da Saúde determinou uma investigação por parte da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS), aguardemos essas informações", salientou.
António Costa está no Porto no âmbito da última iniciativa Governo+Próximo do seu executivo, que inclui a realização de um Conselho de Ministros na quinta-feira, na Câmara do Porto.
O caso das gémeas foi revelado numa reportagem da TVI, transmitida no início de novembro, segundo a qual duas crianças luso-brasileiras vieram a Portugal em 2020 receber o medicamento Zolgensma, - um dos mais caros do mundo - para a atrofia muscular espinhal, que totalizou no conjunto quatro milhões de euros.
Segundo a TVI, havia suspeitas de que isso tivesse acontecido por influência do Presidente da República, que negou qualquer interferência no caso.
Na segunda-feira, Marcelo Rebelo de Sousa revelou que a correspondência sobre este caso começou em 21 de outubro de 2019 com um email que o seu filho, Nuno Rebelo de Sousa, lhe enviou, sublinhando ter dado um despacho "neutral e igual a que deu em 'n' casos".
Acrescentou não ter havido "intervenção do Presidente da República pelo facto de ser filho ou não ser filho", com a troca de informação junto da Presidência a terminar dez dias depois, em 31 de outubro.
"O que se passou a seguir não sei, para isso é que há a investigação da PGR. E espero, como disse há dias, que seja cabal, para se perceber o que se passou desde o momento em que saiu de Belém", afirmou.
O caso está a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República e pela Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS).
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