De acordo com as declarações de Gomes Cravinho aos jornalistas na capital belga, o chefe da diplomacia da UE, Josep Borrell, colocou a questão ao Conselho de Negócios Estrangeiros, hoje reunido, de "forma informal e genérica".
Salientando que nenhum dos Estados-membros se opôs, o chefe da diplomacia portuguesa em exercício apontou as etapas seguintes do processo.
"A partir de agora, vai começar o trabalho de delineação de um pacote de sanções sobre colonos na Cisjordânia que, aliás, têm beneficiado da complacência, senão mesmo de alguma conivência por parte das forças israelitas", afirmou.
Cravinho referiu também que, e ainda a propósito do conflito em curso entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, houve um consenso "quase unânime", à exceção da Alemanha, no apoio ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que na semana passada fez um apelo inédito ao Conselho de Segurança da ONU para que pressionasse de forma "a evitar uma catástrofe humanitária" na Faixa de Gaza.
Pela primeira vez desde que assumiu a liderança das Nações Unidas, em 2017, António Guterres invocou na quarta-feira o artigo 99.º da Carta das Nações Unidas, o instrumento diplomático mais poderoso à disposição de um secretário-geral da ONU.
O artigo em questão, usado formalmente apenas três vezes (1960, 1979 e 1989) em toda a história da ONU, refere que o secretário-geral "pode chamar a atenção do Conselho para qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e segurança no mundo".
A guerra em curso foi desencadeada pelo ataque em solo israelita, em 07 de outubro, por comandos do Hamas infiltrados, durante o qual, segundo as autoridades israelitas, foram mortas 1.200 pessoas.
O Hamas também fez mais de 200 reféns, 138 dos quais permanecem em cativeiro.
Em resposta, Israel prometeu aniquilar o Hamas, que está no poder na Faixa de Gaza desde 2007 e foi classificado como uma organização terrorista pelos Estados Unidos, pela União Europeia e por Israel, tendo lançado sucessivos ataques na Faixa de Gaza.
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