"Quanto mais cedo eleições, melhor. Acolhemos com agrado a decisão do senhor Presidente da República de marcar as eleições para 04 de fevereiro", afirmou, em declarações à Lusa, o líder regional centrista.
O Presidente da República anunciou hoje a dissolução da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores e marcou eleições regionais antecipadas para 04 de fevereiro de 2024, decisão que obteve parecer favorável de Conselho de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa já tinha ouvido, no dia 30 de novembro, os partidos representados no parlamento açoriano, na sequência do chumbo do orçamento regional para 2024.
Artur Lima insistiu hoje que o chumbo do orçamento "prejudica muito os Açores", mas, "perante este cenário", disse ter solicitado ao Presidente da República que as eleições se realizassem "o mais cedo possível".
"Exatamente para termos um orçamento o mais rapidamente possível, para podermos avançar com outros projetos, em variadíssimas áreas, no apoio às IPSS, na estratégia de combate à pobreza, na habitação, numa série de áreas que dependem do orçamento", justificou.
O governante garantiu que os partidos da coligação que formou governo em 2020 estão "preparados para irem a eleições" e defendeu que os açorianos "devem castigar quem provocou esta instabilidade política e social nos Açores".
"A coligação está confiante no trabalho que fez, que fez bem e precisava mais tempo para fazer ainda melhor", frisou.
O Conselho Regional do PSD/Açores aprovou, no sábado, a coligação com o CDS-PP e o PPM e designou o atual líder e presidente do executivo açoriano José Manuel Bolieiro para ser cabeça-de-lista nas próximas eleições regionais.
Questionado sobre se o CDS-PP já tinha aprovado também a coligação, Artur Lima disse que estava aprovada desde o momento em que foi assinado o acordo entre os três partidos, em 2020.
"O CDS honra compromissos (...) Lamento que um ou outro dirigente, que se calhar nem vota no PSD, fica em casa no dia dos votos, venha pôr em causa a assinatura do presidente do PSD", apontou.
Ainda assim, o líder regional centrista disse que, formalmente, a coligação com o PSD e o PPM "já foi aprovada na comissão política regional e na comissão diretiva regional" do CDS-PP e que a decisão deverá ser ratificada hoje no conselho nacional do partido.
Em 2020, o PS, que governava os Açores há 24 anos, ganhou as eleições legislativas regionais, mas perdeu a maioria absoluta no parlamento.
PSD, CDS-PP e PPM formaram uma coligação pós-eleitoral e, com acordos parlamentares com Chega e Iniciativa Liberal, o líder do PSD/Açores foi indigitado presidente do Governo Regional.
Em março, o deputado único da IL e o deputado independente (ex-Chega) romperam os acordos de incidência parlamentar.
As propostas de plano e orçamento da região para 2024 foram chumbadas em novembro com os votos contra de PS, BE e IL (28) e a abstenção de CH e PAN (dois), contando apenas com os votos favoráveis de PSD, CDS-PP, PPM e deputado independente (27).
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