Gémeas? "Disponível para responder sobre aquilo que fiz como ministra"

A ex-ministra da Saúde, Marta Temido, recusou comentar os últimos desenvolvimentos do caso das gémeas luso brasileiras, cuja primeira consulta terá sido pedida pela secretaria de Estado, dizendo que "este não é o momento nem o sítio próprio para falar".

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Daniela Carrilho
13/12/2023 16:24 ‧ 13/12/2023 por Daniela Carrilho

País

Marta Temido

A ex-ministra da Saúde escusou-se esta terça-feira a responder às questões dos jornalistas sobre a auditoria realizada ao caso das gémeas luso-brasileiras, anunciada hoje pela presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria, que concluiu que a primeira consulta para as irmãs gémeas foi pedida pela secretaria de Estado. Marta Temido reiterou que está "disponível para dar todas as respostas nos sítios próprios".

"A auditoria foi conhecida hoje ao final da manhã. Acha que alguém honesto pode comentar alguma coisa sobre isso? Temos de ter muito cuidado com o serviço que todos estamos a prestar à democracia. A cidadã Marta Temido está disponível para responder em todo o lado sobre aquilo que fez no exercício das suas funções como ministra da Saúde. O resto não posso, neste momento", afirmou Temido, em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, em Lisboa.

A deputada deu ainda um 'ralhete' aos jornalistas presentes, referindo que estes "sabem o que é de lei e o que não é de lei".

"Não acho razoável que tenhamos esta permanente situação de as pessoas dizerem que não é o momento para falar e haver esta impossibilidade de nós pudermos sequer circular", diz Temido, ignorando as questões que lhe foram colocadas.

"Este não é o momento nem o sítio próprio para falar. Estou disponível para dar todas as respostas nos sítios próprios e entendo que o sítio próprio não é à frente de um conjunto de senhores jornalistas, que eu respeito, e nestas condições. Peço imensa desculpa", conclui a ex-ministra da tutela da Saúde.

Estas declarações surgem na sequência da conclusão da auditoria realizada ao caso das gémeas luso-brasileiras, anunciada hoje por Ana Paula Martins, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santa Maria, na qual adiantou que a primeira consulta para as irmãs gémeas foi pedida pela secretaria de Estado.

"Todos os casos de doentes com atrofia muscular espinal, entre 2019 e 2023 (recordo que falamos de 10 crianças), na sua admissão, tratamento e monitorização asseguraram o cumprimento da legislação em vigor e das operações em todos o aspetos, exceto na referenciação para a primeira consulta da especialidade de neuropediatria de dois doentes que foram referenciados pela secretaria de Estado da Saúde, segundo registo em dossiê clínico", afirmou Ana Paula Martins, acrescentando que esta consulta foi marcada "via telefone, não tendo sido cumprido o disposto na portaria n.º 147/2017 artigo 8".

Esta marcação de uma primeira consulta no hospital de Santa Maria pela secretaria de Estado da Saúde foi a única exceção ao cumprimento das regras, concluiu a auditoria interna ao caso das gémeas luso-brasileiras ali tratadas.

Entretanto, a CNN Portugal - que teve acesso ao relatório da autoria - avança que foi o próprio Lacerda Sales que marcou a consulta das gémeas naquela unidade hospitalar.

O documento está agora nas mãos do Ministério da Saúde e da Inspeção-Geral de Atividades em Saúde (IGAS).

Leia Também: Gémeas? "Não marquei qualquer consulta no SNS", reitera Lacerda Sales

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