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"Falta limar umas arestas" mas acordo UE-Mercosul está próximo
O ministro dos Negócios Estrangeiros português afirmou hoje que "falta limar umas arestas" para a conclusão do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, mas disse acreditar que nos próximos meses haverá a "clarividência necessária".
© Getty Images
País MNE
"Do ponto vista técnico, em relação àquilo que falta, são questões francamente menores, são questões que não podem ser impeditivas de um acordo e creio que quanto a isso há um consenso generalizado", disse, em declarações à Lusa, em Brasília, João Gomes Cravinho, após a reunião no Palácio do Itamaraty com o seu homólogo brasileiro, Mauro Vieira.
"Falta limar umas arestas, mas não é mais do que isso", frisou, acrescentando que "aquilo que é fundamental é que haja vontade política".
De forma a haver essa vontade política, defendeu, "basta haver uma coisa: o reconhecimento geoestratégico deste acordo".
Na opinião do ministro português, o lado europeu será "muito omisso em relação àquilo que verdadeiramente interessa à União Europeia caso não consiga pôr de parte algumas quezílias, algumas questões menores" e reconhecer "a importância fundamental" de desenvolver "uma relação estratégica com a América Latina".
João Gomes Cravinho disse acreditar "que no próximo par de meses a União Europeia terá clarividência necessária" e não duvidar "que do lado do Mercosul isso também existe".
Antes, em conferência de imprensa no Palácio do Itamaraty, em Brasília, o chefe da diplomacia brasileira compartilhou do otimismo português e afirmou que o Mercosul, constituído pela Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai, mantém "o seu interesse declarado" em concluir estas negociações, que se arrastam há mais de duas décadas.
Na mesma ocasião, Cravinho reconheceu os esforços desenvolvidos durante este semestre pelo Brasil, na presidência rotativa do Mercosul, e pela Espanha, à frente da UE, e considerou que lançaram as bases para se chegar finalmente a um acordo.
Disse ainda não ter dúvidas de que este compromisso será mantido pela Bélgica, que assumirá a presidência do bloco europeu a partir de 01 de janeiro.
Mauro Viera insistiu que este ano as negociações "fizeram muitos progressos" e reiterou a sua confiança numa possível conclusão no início de 2024.
A presidência rotativa do Mercosul é atualmente assegurada pelo Paraguai.
Leia Também: UE prepara "sanções" a colonatos israelitas ilegais na Cisjordânia
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