"Tenho referido sempre que a instabilidade política não rima particularmente bem com crescimento económico", afirmou na apresentação do Boletim Económico de outubro, no Museu do Dinheiro, em Lisboa, quando questionado pelos jornalistas sobre o risco da crise política para a economia.
Centeno defendeu, no entanto, que não se deve "ficar demasiado" ansioso com "estes momentos", já que as instituições estão a funcionar e "vão promover um processo de transição governativa que o país já assistiu muitas vezes no passado e vai saber dar-lhe boa resposta".
Mas, considerou que "não é de relevar que uma das grandes conquistas das democracias, e em particular, da democracia portuguesa nos últimos anos foi apresentar-se com soluções estáveis de governo".
Para o responsável do banco central português, as soluções estáveis governativas traduzem-se num "aumento de credibilidade do país e da sua capacidade de crescer".
O nome de Mário Centeno (ex-ministro das Finanças dos governos PS) foi proposto pelo primeiro-ministro, António Costa, para o substituir no cargo (depois do líder do executivo se ter demitido devido a uma investigação na Justiça), o que levou a críticas de partidos da oposição, por considerarem que ficava em causa a independência de Centeno como governador.
Portugal vai ter eleições legislativas antecipadas em 10 de março de 2024, marcadas pelo Presidente da República, na sequência da demissão do primeiro-ministro.
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