A chegada do inverno traz a época de festas, mas, com ele, chega também o frio e a altura de gripes, que podem ser provocadas pelo vírus influenza do tipo A, da 'família' das gripes sazonais.
Os sintomas da gripe A traduzem-se em febre, tosse, nariz entupido e dor de garganta, dores no corpo ou musculares, dor de cabeça, arrepios, fadiga, vómitos e diarreia.
Mas o que deve fazer quando está com gripe A?
De acordo com a DECO PROTeste, se estiver com sintomas, deve adotar um conjunto de medidas para evitar a propagação do vírus e contágio de terceiros, tais como medidas de controlo e alívio de sintomas. São elas:
- contactar a linha SNS 24 (808 24 24 24) e seguir as indicações;
- idealmente, ficar em casa de repouso;
- não se agasalhar demasiado;
- medir a temperatura ao longo do dia – se tiver febre pode tomar paracetamol (em dose adequada à idade e/ou ao peso);
- não administrar aspirina (ácido acetilsalicílico) às crianças;
- no caso de estar grávida ou se estiver a amamentar, não tome medicação antes de falar com o seu médico;
- utilizar soro fisiológico para fazer lavagens nasais, para aliviar a congestão nasal;
- não tomar antibióticos, estes medicamentos não atuam nas infeções causadas por vírus, como é o caso da gripe;
- beber muitos líquidos, sem ser bebidas alcoólicas, sendo que a água é a bebida mais recomendada;
- fazer-se acompanhar de alguém, ou se estiver sozinho pedir que alguém lhe ligue com regularidade;
- em caso de agravamento (febre mais de três dias ou em subida, falta de ar e outros sintomas), procure um médico.
Mas como pode tratar a doença?
Na maioria dos casos, é o próprio sistema imunitário que acaba por combater a infeção, sem ser necessário recorrer a qualquer medicamento específico, mantendo apenas as medidas de controlo e alívio de sintomas. No entanto, existem alguns medicamentos antivirais sujeitos a receita médica, mas usados apenas em casos de gravidade ou em doentes de alto risco.
Atualmente, em Portugal, apenas existem medicamentos com duas substâncias ativas que são recomendadas para o tratamento da gripe, o oseltamivir (Tamiflu e Ebilfumin) e o zanamivir (Relenza), mas nenhum é comparticipado pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS).
Ambos inibem o ciclo de replicação do vírus da gripe e impedem a sua propagação dentro do organismo. São apenas usados em grupos de risco, pois o uso indiscriminado, além de não apresentar grandes vantagens em termos individuais, pode estimular resistências que levariam a ineficácia futura.
E como pode prevenir?
A forma mais eficaz de prevenir a gripe A e a causada por outras estirpes do vírus influenza (do grupo B) é a vacinação. A imunidade diminui com o tempo, pelo que se recomenda a vacinação anual. As vacinas contra a gripe mais comummente utilizadas são constituídas por vírus inativos. Entre os adultos saudáveis, a vacina da gripe confere proteção, mesmo quando os vírus em circulação não correspondem exatamente aos vírus da vacina.
Contudo, entre os idosos, a vacinação contra a gripe pode ser menos eficaz na prevenção da doença, mas reduz a sua gravidade e a incidência de complicações e mortes. A vacinação é especialmente importante para pessoas com elevado risco de complicações da gripe, bem como para as pessoas que vivem com ou que cuidem das pessoas de risco.
A vacina é mais eficaz quando os vírus na sua composição correspondem aos que se encontram em circulação. Devido à constante evolução dos vírus da gripe, o Sistema Global de Vigilância e Resposta à Gripe da OMS (GISRS) – um sistema de centros nacionais de gripe e centros colaboradores da OMS em todo o mundo – monitoriza continuamente os vírus da gripe que circulam nos seres humanos e atualiza a composição das vacinas da gripe duas vezes por ano.
A vacina contra a gripe sazonal inclui proteção contra a gripe A. Este ano, as vacinas administradas em Portugal têm quatro estirpes diferentes: duas do influenza A (H1N1 e H3N2) e duas do influenza B.
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