Em declarações à Lusa, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Paulo Santos, disse à Lusa que às 02:00 de hoje mantinham-se algumas dezenas de elementos concentrados na cidade do Porto, em frente à Câmara Municipal, onde chegaram a estar mais de 300 pessoas.
O responsável lembrou que "o protesto é espontâneo", não tendo sido organizado por qualquer sindicato, e disse ter havido uma mobilização de dezenas de comandos para este protesto, que levou ainda à paragem de dezenas de viaturas em vários comandos.
Segundo disse, houve uma mobilização para este protesto de comandos como Braga, Faro e até Açores e que elementos de locais como Caldas da Rainha, Leiria e Castelo Branco juntaram-se à concentração junto à Assembleia da República, em Lisboa, onde pelas 08:45 estavam pelo menos mais de uma dezena.
"Atingimos uns milhares de pessoas no geral. Só Porto e Lisboa concentraram mais de 1.000 pessoas", afirmou Paulo Santos.
O protesto envolveu a paragem, desde segunda-feira, de vários carros de patrulha da PSP de diversos comandos, tendo começado no Comando Metropolitano de Lisboa.
A contestação dos elementos da PSP teve início após o Governo ter aprovado, em 29 de novembro, o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, nalguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Os polícia consideram que há um "tratamento desigual e discriminatório".
O responsável admitiu ainda que, noutros pontos do país, também possam estar a acontecer concentrações, mas sublinhou: "é um protesto espontâneo e o que posso dizer é que levo quase 23 anos na polícia e que se nota muita predisposição, muita naturalidade e muita vontade [dos agentes] em estarem presentes nestas iniciativas".
Questionado pela Lusa sobre se ainda contava ter alguma resposta de um governo já em gestão, Paulo Santos respondeu: "O governo de gestão, pelo menos por aquilo que tenho percebido, não está impossibilitado de dar passos políticos".
"Está obviamente numa situação de gestão, condicionado nalgumas situações, mas tem disponibilidade política para ouvir as estruturas, para ouvir os profissionais e até para dar resposta, desde que o Presidente da República não considere que aquela medida coloca em causa a própria estabilidade do país", afirmou.
Paulo Santos referiu ainda que, com este protesto, os polícias querem passar uma mensagem também para o futuro Governo: "Pelo menos coloquem a questão da segurança interna na agenda".
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