O julgamento em que o empresário César Boaventura é acusado de vários crimes de corrupção arrancou, esta quarta-feira, no Tribunal de Matosinhos, com a presença de Cássio e Marcelo, antigos jogadores do Rio Ave, a confirmarem as tentativas de aliciamento de que eram alvo para perder contra o Benfica.

A notícia é avançada pelo jornal Público e em causa está o aliciamento de quatro jogadores: Marcelo, Cássio, Lionn (Rio Ave) e Salin (Marítimo), em jogos contra o Benfica na época 2015-2016.

Segundo o jornal, os primeiros contactos de Boaventura remontam a abril de 2016. Cássio revelou que foi aliciado com 60 mil euros para facilitar no jogo contra o Benfica.

"Ele tinha interesse que o Benfica vencesse o jogo e disse para fazer o que tivesse de fazer. Eu disse que não, pedi que saísse do carro e ele disse que, se não aceitasse, o Marcelo e Lionn aceitavam", afirmou Cássio.

Por sua vez, Marcelo terá dito que foi abordado pelo empresário mas referiu, segundo o Público, ter pensado tratar-se de "uma brincadeira", contradizendo partes do seu depoimento sobre o caso, prestado em 2017.

Lionn não compareceu à audiência em tribunal, esperando-se o testemunho do futebolista numa próxima audição.

De recordar que o Ministério Público (MP) acusou César Boaventura de três crimes de corrupção ativa e um crime de corrupção ativa na forma tentada.

Este é o segundo processo a envolver o empresário. Boaventura também é arguido na Operação Malapata, onde terá de responder por 10 crimes - cinco de burla qualificada, três de falsificação de documentos, um de fraude fiscal qualificada e outro de branqueamento de capitais - na sequência de alegadas transferências de jogadores e contas bancárias por onde circulavam.

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