"Inércia, cegueira e surdez" do Governo fez da PSP uma polícia "low-cost"

Presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia diz que profissionais não vão desmobilizar as manifestações.

Notícia

© Global Imagens

Andrea Pinto
11/01/2024 10:58 ‧ 11/01/2024 por Andrea Pinto

País

Paulo Santos

A direção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) recebe hoje os sindicatos representativos do setor, perante o momento de contestação e protestos de agentes desde segunda-feira por melhores condições salariais e de trabalho.

À chegada ao local, Paulo Santos, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, disse acreditar que o diretor nacional da PSP não tem como objetivo desmobilizar as manifestações, até porque "nas intervenções publicas que tem tido, tem anunciado a sua solidariedade com estas lutas".

Para Paulo Santos o foco do encontro deve estar naquilo "que é a responsabilidade da tutela política" e no foco mais importante da sua lua que é o facto de "a atribuição de um suplemento da PJ não estar desajustado àquilo que é a realidade também da PSP e da GNR".

O sindicalista salientou que é importante não desvirtuar aquilo que é a luta destes profissionais de segurança e fez saber que "o ministro sabia destes problemas e sabia do estado de alma dos profissionais" e que nada fez.

"O ministro estava munido de toda a informação", disse, considerando que torna-se imperativo comparar as duas forças de segurança - PSP e PJ - dado que existe "um destratamento das estruturas".

"Nós estamos na primeira linha, estamos no socorro, na componente de saúde pública, na segurança interna", recordou, questionando: "porque somos tratados de forma diferente?". Paulo Santos voltou a reforçar que o objetivo das manifestações "não é criticar a atribuição do suplemento mas sim um conjunto de situações".

Salientando que o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, sabia da insatisfação dos profissionais de segurança, Paulo Santos considerou que houve "inércia, cegueira e surdez por parte do governo relativamente à realidade da PSP" e admitiu que embora não se queiram sentir desprezados, acredita que "a PSP se está a traduzir numa polícia low-cost".

Paulo Santos prosseguiu voltando a atribuir a responsabilidade desta situação ao Governo por não ter dado "respostas em tempo real" às reivindicações dos profissionais. E como solução aponto que o "o Governo pode retratar-se e pedir desculpa".

Quando questionado até quando continuarão as manifestações, este considerou que "a dinâmica que está instituída nesta luta já extravasa o que é a organização dos sindicatos", pelo que acredita que a "demonstração de desagrado é para continuar".

A contestação dos polícias começou num movimento inorgânico que surgiu dentro da PSP contra um suplemento de missão atribuído pelo Governo apenas à Polícia Judiciária (PJ) e que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.

Os elementos da PSP, aos quais também se juntaram militares da GNR e guardas prisionais, consideram tratar-se de um "tratamento desigual e discriminatório".

[Notícia atualizada às 11h16]

Leia Também: Direção nacional da PSP recebe hoje sindicatos devido aos protestos

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas