A direção nacional da Polícia de Segurança Pública (PSP) recebe hoje os sindicatos representativos do setor, perante o momento de contestação e protestos de agentes desde segunda-feira por melhores condições salariais e de trabalho.
À chegada ao local, Paulo Santos, o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, disse acreditar que o diretor nacional da PSP não tem como objetivo desmobilizar as manifestações, até porque "nas intervenções publicas que tem tido, tem anunciado a sua solidariedade com estas lutas".
Para Paulo Santos o foco do encontro deve estar naquilo "que é a responsabilidade da tutela política" e no foco mais importante da sua lua que é o facto de "a atribuição de um suplemento da PJ não estar desajustado àquilo que é a realidade também da PSP e da GNR".
O sindicalista salientou que é importante não desvirtuar aquilo que é a luta destes profissionais de segurança e fez saber que "o ministro sabia destes problemas e sabia do estado de alma dos profissionais" e que nada fez.
"O ministro estava munido de toda a informação", disse, considerando que torna-se imperativo comparar as duas forças de segurança - PSP e PJ - dado que existe "um destratamento das estruturas".
"Nós estamos na primeira linha, estamos no socorro, na componente de saúde pública, na segurança interna", recordou, questionando: "porque somos tratados de forma diferente?". Paulo Santos voltou a reforçar que o objetivo das manifestações "não é criticar a atribuição do suplemento mas sim um conjunto de situações".
Salientando que o ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, sabia da insatisfação dos profissionais de segurança, Paulo Santos considerou que houve "inércia, cegueira e surdez por parte do governo relativamente à realidade da PSP" e admitiu que embora não se queiram sentir desprezados, acredita que "a PSP se está a traduzir numa polícia low-cost".
Paulo Santos prosseguiu voltando a atribuir a responsabilidade desta situação ao Governo por não ter dado "respostas em tempo real" às reivindicações dos profissionais. E como solução aponto que o "o Governo pode retratar-se e pedir desculpa".
Quando questionado até quando continuarão as manifestações, este considerou que "a dinâmica que está instituída nesta luta já extravasa o que é a organização dos sindicatos", pelo que acredita que a "demonstração de desagrado é para continuar".
A contestação dos polícias começou num movimento inorgânico que surgiu dentro da PSP contra um suplemento de missão atribuído pelo Governo apenas à Polícia Judiciária (PJ) e que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.
Os elementos da PSP, aos quais também se juntaram militares da GNR e guardas prisionais, consideram tratar-se de um "tratamento desigual e discriminatório".
[Notícia atualizada às 11h16]
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