"Investir na criação de novas creches é um compromisso que o Governo Regional do Partido Socialista concretizará", afirmou Vasco Cordeiro, após visitar a instituição Girassol, em Santa Cruz das Flores, estimando que no arquipélago sejam necessários entre 500 e 700 lugares.
Segundo o candidato, que lidera as listas do PS pelos círculos eleitorais de São Miguel e da compensação, mais vagas e mais creches, "em geral, é importante, mas é sobretudo importante em ilhas", como o caso do arquipélago dos Açores, que se debatem com perda de população.
"Fazer face a esse desafio passa por uma aposta clara [...] em políticas sociais, em dar condições a jovens casais, a jovens famílias que tenham uma rede de apoios, seja no âmbito da infância, da educação, da saúde e até do apoio aos idosos que possam tornar mais apetecível ou que possam tornar cómodo a sua decisão de instalar-se e de fazer vida nas nossas ilhas", declarou.
Vasco Cordeiro, também líder do PS/Açores, salientou que no desafio da demografia há outro vetor que se prende com as "políticas económicas", para "ajudar a criação de oportunidades de emprego para que as pessoas se possam fixar", e outro relativo às acessibilidades, incluindo as digitais.
Confrontado com a acusação do candidato da coligação PSD/CDS-PP/PPM à presidência do Governo, José Manuel Bolieiro, também presidente do executivo, segundo qual o PS está "humilhado" pelo sucesso das políticas da coligação, ao dizer que essas medidas vão continuar se os socialistas voltarem ao poder, Vasco Cordeiro contrapôs ser evidente o nervosismo.
"Contradiz tudo aquilo que foi a postura do doutor José Manuel Bolieiro ao longo deste tempo, que é o nervosismo e, até certo ponto, a irritação. Certamente ele dirá que a irritação é democrática, mas não deixa de ser irritação", disse Vasco Cordeiro, estendendo essa irritação aos presidentes do CDS-PP/Açores e PPM/Açores, Artur Lima e Paulo Estêvão, respetivamente.
Vasco Cordeiro desafiou-os, ao invés de estarem preocupados com ele próprio e com o PS, a responder, caso se repita o cenário de 2020, em que PS ganhou as eleições sem maioria absoluta, mas formou-se um governo de direita, se "levam o Chega para o Governo" para garantir a formação do executivo.
Já sobre com quem o PS vai dialogar na eventualidade de ganhar as eleições sem maioria absoluta, Vasco Cordeiro reiterou que o partido "dialogará com todos os partidos democráticos, autonomistas e que partilham um núcleo essencial de valores da sociedade", o que não inclui o Chega, acrescentando agora o ADN.
O Presidente da República decidiu dissolver o parlamento açoriano e marcar eleições antecipadas para 04 de fevereiro após o chumbo do Orçamento para este ano. Onze candidaturas concorrem às legislativas regionais, com 57 lugares em disputa no hemiciclo: PSD/CDS-PP/PPM (coligação que governa a região atualmente), ADN, CDU (PCP/PEV), PAN, Alternativa 21 (MPT/Aliança), IL, Chega, BE, PS, JPP e Livre.
Em 2020, o PS venceu, mas perdeu a maioria absoluta, surgindo a coligação pós-eleitoral de direita, suportada por uma maioria de 29 deputados após assinar acordos de incidência parlamentar com o Chega e a IL (que o rompeu em 2023). PS, BE e PAN tiveram, no total, 28 mandatos.
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