João Moura condenado a 4 anos e 8 meses de pena suspensa por maus-tratos

O cavaleiro foi acusado pelo Ministério Público de 18 crimes de maus-tratos a animais de companhia.

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Notícias ao Minuto com Lusa
24/01/2024 15:05 ‧ 24/01/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

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João Moura

O cavaleiro João Moura, que foi acusado pelo Ministério Público (MP) de 18 crimes de maus-tratos a animais de companhia, foi condenado a quatro anos e oito meses de pena suspensa, esta quarta-feira, avançou a SIC Notícias.

Recorde-se que a quarta e mais recente sessão do julgamento, que ocorreu no passado dia 17, foi marcada pelas alegações finais, tendo o MP pedido a condenação do arguido - deixando a moldura penal a aplicar ao critério do tribunal -, enquanto a defesa pediu a sua absolvição.

No final da sessão, o arguido optou por falar, tendo apenas assumido "uma parte da responsabilidade", sustentando que estava a passar por uma fase económica "menos boa", tendo o tribunal validado a curta declaração de João Moura.

Os advogados das associações de defesa dos animais que se constituíram assistentes no processo pediram, a maioria, pena de prisão efetiva, bem como a proibição de contacto com animais de companhia.

Para o MP, que considerou que a culpa de João Moura neste processo "é grave", ficou provada a prática dos crimes, graças à análise dos relatórios e depois de ouvidas as testemunhas envolvidas no processo.

Já o advogado de defesa, Luís Semedo, criticou os assistentes no processo por defenderem nas alegações finais que o caso de João Moura deve ser "um exemplo" que conduza à aplicação da pena de prisão efetiva, uma vez que o arguido representa "tudo aquilo" que as associações animalistas "abominam", nomeadamente a tauromaquia, atividade na qual o arguido é profissional.

No final da sessão e em declarações aos jornalistas, Luís Semedo afiançou esperar que o tribunal "consiga decretar e assumir a inconstitucionalidade da norma" que criminaliza o seu cliente.

Isto porque, na sua estratégia, o advogado alude a decisões do Tribunal Constitucional que já reverteram condenações de primeira instância no que respeita a crimes de maus-tratos a animais de companhia.

O advogado António Garcia Pereira, representante da associação SOS Animal, que se constituiu assistente, disse aos jornalistas que os assistentes estão "satisfeitos" com a prova que foi produzida, não só em audiência como a prova pré-constituída, nomeadamente os documentos que constam nos autos.

"Vamos aguardar serenamente, mas a nossa convicção é que foi feita uma prova muito forte", disse.

O toureiro foi detido pela GNR no dia 19 de fevereiro de 2020, por maus-tratos a animais, na sequência do cumprimento de um mandado de busca à sua propriedade, tendo então sido apreendidos 18 cães. Foi constituído arguido e ficou sujeito a termo de identidade e residência.

Segundo o despacho de acusação do MP, alguns dos cães tinham "magreza acentuada" ou "estado caquético", enquanto outros apresentavam lesões ou escoriações e infeções provocadas por parasitas ou mesmo doenças.

Uma cadela, com quase oito anos, que "sofria de insuficiência hepática e renal aguda", além de apresentar um "estado de caquexia" e "cortes profundos na zona do metacarpo sem sinais de cicatrização", acabou por morrer no dia da operação da GNR.

[Notícia atualizada às 15h13]

Leia Também: João Moura acusado de maus-tratos a animais conhece hoje sentença

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