No discurso de encerramento do XIII Congresso do partido, que terminou hoje, no Porto, Rui Tavares avançou com uma proposta intitulada "herança social", cujo modelo final ainda não está fechado e que o Livre vai propor que seja estudada pelo Ministério do Trabalho e Segurança Social, "em conjunto com a academia e a sociedade civil".
"Para perceber se é através de uma conta poupança criada para cada um que nasce em Portugal, se é com certificados de aforro, se é através de um imposto sobre grandes heranças", detalhou.
A ideia é que um jovem, entre os 18 e 35 anos, possa ter acesso a uma quantia para investir na sua educação, "abrir um pequeno negócio" ou ainda "pagar ou ajudar a pagar a entrada para uma casa".
O dirigente não detalhou ainda quais seriam os critérios de acesso a esta "herança social", mas garantiu que seria uma quantia "adaptada às condições financeiras das famílias", variando consoante os rendimentos.
"A herança social é mais um instrumento que nos permite fazer a catapulta social que nós precisamos aqui em Portugal e é mais um instrumento que permitirá transformar a pobreza em Portugal de fenómeno estrutural e permanente em algo limitado e pontual, que é possível resolver com políticas adequadas e atempadas", sustentou.
No programa do Livre, aprovado hoje com 95% de votos a favor, propõe-se "estudar a criação de uma herança social, um sistema de redistribuição de riqueza e rendimentos e um reforço inequívoco da justiça social financiado a partir da tributação das grandes fortunas e das grandes heranças, que atribui a cada criança nascida em Portugal um montante ao qual pode aceder na maioridade".
Outro instrumento social proposto pelo Livre é o da atribuição do subsídio de desemprego a um trabalhador que queira terminar uma tese de mestrado ou doutoramento -- proposta já feita no programa eleitoral de 2022.
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