Interrogatório a Custódio Correia não recomeçou por motivos processuais
O interrogatório ao empresário Custódio Correia, um dos três detidos suspeitos de corrupção na Madeira, afinal não recomeçou hoje de manhã, em Lisboa, por motivos processuais, disse o advogado, salientando que tem de haver consequências por estes atrasos.
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País Madeira
À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, na hora de almoço, André Navarro de Noronha disse que o atraso de deve a "questões processuais" e considerou que a entidade mais competente para "dar explicações" será a polícia judicial.
"Tem a ver com isso. Perguntem à PJ para vos esclarecer, eu não consigo. Eu não tenho nada sobre o inquérito, eu não organizo processos, portanto qualquer dúvida que exista, qualquer percalço que exista, não é com a defesa que devem falar" disse aos jornalistas.
"Hoje é o 10.º dia, amanhã [sábado], se nos encontrarmos, será o 11.º. Isto tem de ter consequências", acrescentou.
Segundo os advogados dos três detidos, na quinta-feira à tarde chegaram mais provas recolhidas pela investigação, relacionadas com a construção do novo hospital do Funchal, o que atrasou, mais uma vez, os interrogatórios.
No entanto era expectável que o interrogatório de Custódio Correia, que já foi interrogado durante cerca de sete horas, fosse retomado hoje e pudesse ser concluído.
Entretanto, segundo uma funcionária judicial, os trabalhos recomeçaram pelas 14:10, devendo a sessão terminar às 17:00.
Custódio Correia, principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, é o primeiro a ser ouvido.
Depois de Custódio Correia, ainda falta ouvir o empresário Avelino Farinha e o ex-presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD).
Em 24 de janeiro, a Polícia Judiciária realizou cerca de 130 buscas domiciliárias e não domiciliárias sobretudo na Madeira, mas também nos Açores e em várias zonas do continente, no âmbito de um processo que investiga suspeitas de corrupção ativa e passiva, participação económica em negócio, prevaricação, recebimento ou oferta indevidos de vantagem, abuso de poderes e tráfico de influência.
O presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, foi constituído arguido e anunciou a renúncia ao cargo dois dias depois.
Na sequência das buscas, a Polícia Judiciária deteve o então presidente da Câmara do Funchal, Pedro Calado (PSD), que também renunciou ao cargo, o líder do grupo de construção AFA, Avelino Farinha, e o principal acionista do grupo ligado à construção civil Socicorreia, Custódio Correia.
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