O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) tornou pública a sua "insatisfação" com a atual situação dos médicos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e acenou com eventuais "formas de luta", num comunicado divulgado este sábado.
"Os médicos da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa têm os salários congelados há mais de seis anos, acrescendo a impossibilidade de obter o grau de consultor e o seu provimento na categoria de Assistente Graduado há mais de 20 anos", começou por escrever o SIM na missiva, onde disse que a sua "insatisfação [...] espelha a dos médicos da Santa Casa".
O SIM "reafirma o alerta feito há dois meses que, caso na próxima reunião negocial com a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, esta mantenha a atitude de não corresponder, serão encetadas formas de luta".
O sindicato garantiu, ainda, que "está nas mãos" da provedora Ana Jorge e do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, "evitá-lo, a bem dos médicos e dos utentes do Centro de Medicina de Reabilitação de Alcoitão e do Hospital Ortopédico de Sant'Ana que têm progressivamente sentido o desinvestimento".
"Somos pacientes, mas não tanto"
"Apesar dos apelos, ofícios e alertas efetivados, os sucessivos provedores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa têm adiado a solução e, por consequência, a reposição da mais elementar justiça", alertou o SIM. "Somos pacientes, mas não tanto", ironizou o SIM no comunicado.
Na mesma missiva, o sindicato liderado por Jorge Roque da Cunha defendeu que "os médicos da Santa Casa querem ver cessada a discriminação para progredirem na carreira médica, tendo exatamente a mesma formação, exigências de trabalho e a orientação de médicos internos dos restantes colegas da carreira médica".
"Não obstante os nossos reiterados apelos, os sucessivos Governos e os diversos provedores persistem em recusar a solução. No processo negocial que se reiniciou há mais de um ano, as respostas têm sido inexistentes", lamentou a estrutura sindical.
O SIM, que chegou a acordo com o Governo em novembro do ano passado para um aumento salarial de 14,6%, disse ter demostrado "ser um sindicato de diálogo, traduzido na subscrição de quase quatro dezenas de acordos".
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