Mário Machado volta a tribunal por "incitamento ao ódio e violência"

Para o porta-voz do Grupo 1143 a vítima está apenas a querer "aparecer nas notícias" e o MP só "entrou neste filme" porque "do outro lado está o Mário Machado".

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© Leonardo Negrão / Global Imagens

Notícias ao Minuto com Lusa
06/02/2024 11:30 ‧ 06/02/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Mário Machado

O porta-voz do Grupo 1143, Mário Machado, começa a ser julgado, esta terça-feira, pelos crimes de discriminação e incitamento ao ódio e à violência, que tiveram como principal alvo Renata Cambra, do Movimento Alternativa Socialista (MAS).

O julgamento, a decorrer no Campus da Justiça, em Lisboa, conta também com Ricardo Pais como arguido.

Em fevereiro de 2023, o Ministério Público (MP) acusou o militante neonazi Mário Machado de um crime de discriminação e incitamento ao ódio e à violência contra mulheres de partidos de esquerda, em particular a líder do MAS.

Segundo a acusação, Mário Machado sugeriu no antigo Twitter a "prostituição forçada das gajas do Bloco", ao que o outro arguido, Ricardo Pais, concordou e escreveu: "Incluam as do PCP, MRPP, MAS e PS".

Para o procurador do MP, os dois acusados "agiram com o propósito de, utilizando as redes sociais, apodar de prostitutas todas as mulheres do BE, PCP, MRPP, MAS e PS e em especial Renata Cambra".

O magistrado lembra que o militante neonazi deve ser "julgado como reincidente", uma vez que já foi condenado a penas de prisão efetiva em vários processos por crimes como discriminação racial, ofensas corporais, sequestro, extorsão e posse de arma proibida.

"Truque político da queixosa"

À chegada ao tribunal, o arguido defendeu que "esta acusação só tem algum fundamento porque do outro lado está o Mário Machado".

"Espero que eu e o meu amigo Ricardo sejamos absolvidos e que este truque político da queixosa, que quer aparecer nas notícias, o que é normal, faz parte do combate político, seja desmontado em audiência de tribunal", atirou, aproveitado para se queixar do Ministério Público (MP).

"A única coisa que nós lamentamos é o facto do MP ter entrado neste filme e ter acompanhado a queixa, não compreendemos como é que isto é possível ainda que as informações fossem corretas nunca vi ninguém que, por piadas, viesse responder a tribunal", acrescentou.

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