O porta-voz do Grupo 1143, Mário Machado, começa a ser julgado, esta terça-feira, pelos crimes de discriminação e incitamento ao ódio e à violência, que tiveram como principal alvo Renata Cambra, do Movimento Alternativa Socialista (MAS).
O julgamento, a decorrer no Campus da Justiça, em Lisboa, conta também com Ricardo Pais como arguido.
Em fevereiro de 2023, o Ministério Público (MP) acusou o militante neonazi Mário Machado de um crime de discriminação e incitamento ao ódio e à violência contra mulheres de partidos de esquerda, em particular a líder do MAS.
Segundo a acusação, Mário Machado sugeriu no antigo Twitter a "prostituição forçada das gajas do Bloco", ao que o outro arguido, Ricardo Pais, concordou e escreveu: "Incluam as do PCP, MRPP, MAS e PS".
Para o procurador do MP, os dois acusados "agiram com o propósito de, utilizando as redes sociais, apodar de prostitutas todas as mulheres do BE, PCP, MRPP, MAS e PS e em especial Renata Cambra".
O magistrado lembra que o militante neonazi deve ser "julgado como reincidente", uma vez que já foi condenado a penas de prisão efetiva em vários processos por crimes como discriminação racial, ofensas corporais, sequestro, extorsão e posse de arma proibida.
Amanhã, Mário Machado senta no banco dos réus. Que o momento sirva para parar de normalizar o ódio e a violência da extrema-direita, na justiça e na comunicação social. https://t.co/883rK3hWJm
— renata cambra (@renata_cambra) February 5, 2024
"Truque político da queixosa"
À chegada ao tribunal, o arguido defendeu que "esta acusação só tem algum fundamento porque do outro lado está o Mário Machado".
"Espero que eu e o meu amigo Ricardo sejamos absolvidos e que este truque político da queixosa, que quer aparecer nas notícias, o que é normal, faz parte do combate político, seja desmontado em audiência de tribunal", atirou, aproveitado para se queixar do Ministério Público (MP).
"A única coisa que nós lamentamos é o facto do MP ter entrado neste filme e ter acompanhado a queixa, não compreendemos como é que isto é possível ainda que as informações fossem corretas nunca vi ninguém que, por piadas, viesse responder a tribunal", acrescentou.
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