Começa esta quinta-feira conferência sobre megaprocessos em Lisboa

Megaprocessos são hoje tema de uma conferência que junta juízes, inspetores da PJ, advogados, académicos, oficiais de justiça e jornalistas, em que só ficaram de fora magistrados do Ministério Público por imposição da Procuradora-Geral da República (PGR).

Notícia

© Global Imagens

Lusa
08/02/2024 06:32 ‧ 08/02/2024 por Lusa

País

Megaprocessos

A conferência "Megaprocessos - Quando a justiça criminal é especialmente complexa", que decorre hoje e na sexta-feira no Palácio da Justiça, foi promovida pelo Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa com o apoio do Conselho Superior da Magistratura e inicialmente contava com a participação de magistrados do Ministério Público (MP), mas a PGR, Lucília Gago, travou tais presenças por considerar que "o momento não é todo propício a que, no contexto do mencionado evento, essa reflexão possa ser feita com rigor e serenidade".

"Por isso e não assumindo premência tal realização na calendarização prevista, considerou [a PGR] desaconselhada a participação de magistrados do MP", diz uma nota da Procuradoria enviada à Lusa.

Segundo o CSM, a intenção é promover "uma intensa discussão" entre os intervenientes da "gigante teia que compõe os megaprocessos, com participações distintas, pontos de vista complementares e ideias a partilhar".

"Com a realização deste encontro, em 2024, o ano em que os tribunais se preparam para receber os maiores megaprocessos da justiça portuguesa, muitos deles de grande impacto mediático, a Comarca de Lisboa e o CSM promovem uma discussão com aplicação prática para ajudar naquela que é uma das suas missões: apoiar o juiz a desempenhar a sua função primordial, a de julgar", referiu o CSM.

Salienta ainda o CSM que "os megaprocessos, conhecidos por serem complexos, pela natureza dos crimes, número de intervenientes e meios de prova apresentados, impõem, necessidades logísticas superiores aos processos comuns, e por isso não permitem o tratamento e julgamento no tempo considerado adequado, levando, muitas vezes, a que a imagem da Justiça saia prejudicada".

Nesse sentido, os Gabinetes de Apoio aos juízes e ao presidente da Comarca realizaram, ao longo dos últimos dois anos, um estudo quantitativo e qualitativo sobre os processos de especial complexidade ali tramitados, cujas conclusões serão agora divulgadas.

O CSM lembra que, nos últimos meses, levou a cabo diversas medidas para "combater as dificuldades identificadas e libertar os juízes de funções que dificultam e demoram o seu trabalho", tendo em outubro passado, decidido criar um grupo de trabalho para avaliar os principais constrangimentos processuais e extraprocessuais causadores de morosidade e definir uma estratégia de apoio à tramitação destes processos penais especialmente complexos".

Para o efeito foi criada "uma nova estrutura de apoio, a Estrutura ALTEC - Apoio Logístico à Tramitação de Elevada Complexidade", equipada com a tecnologia mais recente e com a participação de juízes, assessores, oficiais de justiça e funcionários de tribunais, por forma a permitir preparar e tratar previamente a informação destes processos.

O julgamento do caso BES, a pedido do coletivo de juízes a quem o processo foi distribuído, será o primeiro a contar com o apoio desta estrutura.

Leia Também: Comarca de Lisboa. Recursos devem ser alvo de "ponderação séria"

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas