Rui Moreira rejeita "baixar braços" face a mais trânsito e menos utentes

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, rejeitou hoje "baixar os braços" perante o aumento do trânsito e a perda de utentes na STCP face a 2019, instando os municípios da área metropolitana a investir em conjunto.

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Lusa
08/02/2024 16:14 ‧ 08/02/2024 por Lusa

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"Após a pandemia, verificou-se um inexplicável aumento generalizado do tráfego em Portugal, e a cidade do Porto - aliás, toda a área metropolitana - não foi exceção", começou por dizer Rui Moreira na cerimónia de apresentação dos 48 novos autocarros elétricos da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP), que decorreu hoje na estação de recolha da Via Norte, em São Mamede de Infesta (Matosinhos).

O autarca independente do Porto, que lidera o município desde 2013, fez um retrato do panorama da mobilidade na cidade e na área metropolitana, vincando que "os congestionamentos são cada vez mais frequentes e exasperantes, sobretudo nos principais acessos à cidade, de tal forma que já é difícil discernir as horas de ponta".

Esta é uma "situação que o acumular de obras na via pública não explica na totalidade", reconheceu, dizendo que o aumento no trânsito "acontece apesar dos investimentos avultados em transportes públicos", setor a que muitos clientes "não regressaram após a crise sanitária" da covid-19.

Rui Moreira lembrou que "a STCP transportou 73 milhões de passageiros em 2023, o que é um valor 7,5% superior ao de 2022, mas ainda inferior em 4% ao de 2019, um ano anterior à pandemia", algo que o autarca já atribuiu a uma diminuição de procura no centro da cidade, devido às obras do Metro do Porto, transporte que já superou os níveis de 2019.

"Perante isto, nós, os autarcas, não podemos baixar os braços. E sei que nisto estamos unidos, com a área metropolitana e com os outros autarcas, os que aqui estão e os que não estão. É obrigação dos municípios continuar a investir, preferencialmente em conjunto, nos transportes públicos da Área Metropolitana do Porto e na melhoria das respetivas estratégias de mobilidade", vincou.

Rui Moreira salientou que a aquisição dos 48 novos autocarros elétricos "é o primeiro investimento de reforço da frota integralmente realizado pelos acionistas da STCP, no âmbito do acordo firmado com o Estado para a intermunicipalização da empresa", um processo que considerou "bem sucedido" e "exemplo de uma virtuosa descentralização de competências".

"Até ao final deste ano, a STCP verá a sua frota elétrica aumentar para 88 autocarros, num investimento de 12 milhões de euros. O objetivo total é chegar ao final de 2025 com 136 autocarros elétricos, o que representará um investimento adicional de pouco mais de 29 milhões de euros", elencou.

Rui Moreira frisou ainda que o Porto "encara o investimento na STCP como uma prioridade absoluta da sua política de transportes", tendo o objetivo de, até 2030, "descarbonizar 40% da frota da STCP".

Já o presidente da AMP, Eduardo Vítor Rodrigues, salientou que 2024 é um ano em que se terá "de assumir, ou não, a renovação de compromissos na manutenção desta estrutura intermunicipal que é a STCP", garantindo que Vila Nova de Gaia, município ao qual preside, quer manter o seu compromisso com a transportadora.

O capital e participações sociais da STCP foram transferidos, em 2021, do Estado para os municípios do Porto (53,69%), Vila Nova de Gaia (12,04%), Matosinhos (11,98%), Maia (9,61%), Gondomar (7,28%) e Valongo (5,4%).

À saída da cerimónia, os jornalistas quiseram questionar o autarca do Porto sobre as declarações da secretaria de Estado das Infraestruturas sobre o trânsito na VCI (o gabinete de Frederico Francisco remeteu uma decisão para o próximo Governo), mas tal não foi possível, tendo fonte do gabinete remetido uma resposta para mais tarde.

Leia Também: STCP adiciona 48 autocarros elétricos após investimento de 20 milhões

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