A Polícia de Segurança Pública (PSP) confirmou ao Notícias ao Minuto, a abertura de um inquérito para "esclarecer" os termos em que decorreram as buscas domiciliárias a Fernando Madureira, em Gaia, no âmbito da Operação Pretoriano, em que se investigam os incidentes na assembleia geral do F. C. Porto.
A autoridade acrescenta que a decisão foi tomada "no âmbito da operação 'Pretoriano' e na sequência das notícias veiculadas acerca dos termos em que decorreram as buscas domiciliárias".
Também a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) confirmou esta informação ao Notícias ao Minuto, acrescentando que "o Inquérito encontra-se a correr termos no Comando Metropolitano do Porto, estando a IGAI a acompanhar o seu curso".
De acordo com o Jornal de Notícias (JN), que avançou com a notícia, o inquérito surgiu depois da Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) ter solicitado esclarecimentos sobre a forma como se tinham desenrolado as revistas e as buscas na casa do líder dos Super Dragões, que está desde quarta-feira em prisão preventiva.
As dúvidas sobre a forma como decorreram as buscas surgiram depois de uma das filhas de Fernando Madureira ter dito que família acordou na manhã de 31 de janeiro com "gritos da polícia e com arrombamentos das portas, inclusive com armas apontadas" e que foram "tratadas de uma forma agressiva por parte dos agentes que se encontravam lá, que eram vários".
"Fomos revistadas, inclusive uma criança de 13 anos. Fomos obrigadas a despir-nos, a sermos completamente revistadas dentro da nossa própria casa", descreveu a jovem, numa entrevista dada à TVI.
Recorde-se que o líder dos Super Dragões, Fernando Madureira, e Hugo Carneiro, conhecido por 'Polaco', aguardarão julgamento em prisão preventiva. Por seu turno, Vítor Catão, adepto do FC Porto e antigo presidente do São Pedro da Cova, ficará sujeito à obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica, a partir do momento em que existam condições para deixar de estar em prisão preventiva.
Todos os arguidos, incluindo Sandra Madureira, mulher de Fernando Madureira e vice-líder dos Super Dragões, ficam sujeitos à proibição de contactos entre si, à proibição de contactos com a direção e elementos da claque 'azul e branca', à proibição de acesso a recintos desportivos ou à apresentação às autoridades.
Um desses suspeitos é Fernando Saul, oficial de ligação aos adeptos do FC Porto, cuja advogada Cristiana Carvalho mostrou satisfação pelas medidas impostas ao seu cliente.
[Notícia atualizada às 15h09 com a resposta da IGAI]
Leia Também: Operação Pretoriano. Fernando Madureira fica em prisão preventiva