Gaza? "Israel está a massacrar um território" e "a sua população"
O antigo ministro da Defesa Azeredo Lopes criticou ainda o governo de Telavive, acusando-o de estar a "aproveitar para eliminar e varrer tudo o que possa representar um obstáculo futuro para a perpetuação da ocupação".
© Global Imagens
País Azeredo Lopes
O antigo ministro da Defesa José Alberto Azeredo Lopes argumentou que "Israel se serviu da condição de vítima" no combate ao Hamas, quatro meses após o ataque de 7 de outubro que matou mais de 1.160 pessoas.
"O problema é que Israel se serviu a partir de certa altura da condição de vítima que tem indiscutivelmente", continuou, em declarações à CNN Portugal.
Esta condição de vítima "passou a ser manipulada e aproveitada para fins que não têm rigorosamente nada a ver com a defesa de Israel", defendeu, considerando que o governo de Telavive, "ao atuar em excesso brutal de legítima defesa", está a "massacrar um território" e a sua população, referindo-se aos ataques na Faixa de Gaza.
"Está a aproveitar para eliminar e varrer tudo o que possa representar um obstáculo futuro para a perpetuação da ocupação. Aí, sim, tem um problema de padrão duplo", alegou Azeredo Lopes.
O antigo ministro comentava os mais recentes desenvolvimentos na guerra entre Israel e o Hamas, alertando que é "demasiado chocante" a diferença "entre aquilo que vemos e aquilo que depois é declarado".
"A acusação de que o Hamas se mistura com a população é parcialmente verdadeira, mas não justifica rigorosamente nada. Cada vez mais, a concentração brutal de população civil em locais cada vez mais exíguos provocada por Israel leva a que essa confusão, essa mistura, seja ainda mais brutal, nesse sentido", declarou.
A guerra foi desencadeada em 7 de outubro por um ataque sem precedentes de comandos do Hamas infiltrados da Faixa de Gaza para o sul de Israel, que resultou na morte de mais de 1.160 pessoas, a maioria civis, de acordo com uma contabilização da AFP baseada em dados israelitas oficiais.
Em retaliação, o governo israelita prometeu destruir o Hamas, que está no poder na Faixa de Gaza desde 2007. Mais de 28 mil pessoas foram mortas desde o início da guerra no território palestiniano, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do governo do Hamas.
Segundo Israel, 130 reféns ainda estão em Gaza, 29 dos quais acredita terem morrido, das cerca de 250 pessoas raptadas em 7 de outubro.
Uma trégua de uma semana em novembro permitiu a libertação de 105 reféns em troca de 240 palestinianos detidos por Israel.
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