"A Igreja proporcionar visibilidade aos políticos é meter-se devidamente"

D. Américo Aguiar quer a Igreja mais envolvida na política e convidou os candidatos por Setúbal para almoçar.

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© Carlos Pimentel/Global Imagens

Notícias ao Minuto
14/02/2024 23:48 ‧ 14/02/2024 por Notícias ao Minuto

País

D. Américo Aguiar

D. Américo Aguiar vai encontrar-se com os candidatos do círculo de Setúbal às eleições Legislativas de março. Defendendo o envolvimento da Igreja na política, o cardeal diz estar "convencido que é fundamental que a igreja tenha presença e pronunciamento, porque a política é o governo da coisa pública".

Na 'Grande Entrevista' da RTP3, disse que as decisões não podem estar alheias à "sensibilidade e leitura cristã, católica, ou de outra religião". Contudo, defende que a Igreja não se deve meter "nas questões partidárias". 

"A igreja em Portugal, desde o 25 de Abril tomou a decisão que acho corretíssima de não ter partidos católicos, mas defendemos a presença de católicos nos partidos", afirmou.  

"A Igreja proporcionar visibilidade aos políticos é meter-se devidamente na politica", acrescentou ainda.

Note-se que os candidatos do círculo de Setúbal às eleições de março têm sido convidados por Américo Aguiar para almoçar no Paço Episcopal de Setúbal para falar sobre o distrito. 

Na mesma entrevista, o cardeal criticou o modelo dos debates - que disse serem curtos e "longe da realidade do cidadão eleitor". Mais ainda, garantiu não entender os níveis de abstenção e que "abster-se é pecado certamente".

JMJ dará mais de 20 milhões de lucro

Quanto às contas (certas e ainda por divulgar) sobre a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), Américo Aguiar assegurou que o evento "deu lucro", atirando que isso é um "problema" em Portugal. 

"Vai ultrapassar os 20 milhões", asseverou, frisando que muito do valor se deveu às inscrições e voluntariado, apoios das empresas e ao Estado. 

Por fim, sobre os escândalo dos abusos sexuais da Igreja, Américo Aguiar disse-se contente com o caminho feito e que "as vítimas estão colocadas no lugar que devem"

Questionado sobre o facto de nenhum bispo ter sido afastado, o cardeal afirmou que as acusações têm "de ter nome e rosto". "Não podemos dizer genericamente que há bispos que encobriram", atirou ainda. 

Leia Também: Setúbal atual "não tem nada a ver" com a imagem da fome dos anos 80

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