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Navalny? MNE acena com "intensificar as sanções" contra regime de Putin

Ministro português dos Negócios Estrangeiros disse ainda que as próximas eleições presidenciais na Rússia serão de "faz de conta".

Navalny? MNE acena com "intensificar as sanções" contra regime de Putin
Notícias ao Minuto

16:08 - 16/02/24 por José Miguel Pires com Lusa

País Rússia

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, João Gomes Cravinho, assegurou, esta sexta-feira, que "seguramente" serão intensificadas as sanções internacionais contra o regime do presidente russo Vladimir Putin, que acusou de ser "o responsável" pela morte do seu principal opositor, Alexei Navalny, que "teve a ousadia de enfrentar Putin".

"Não estamos minimamente surpreendidos - nem nós em Portugal, nem os nossos parceiros na União Europeia - com mais esta manifestação da natureza do regime na Rússia. Vamos seguramente intensificar as sanções, seja por causa da invasão da Ucrânia, seja por causa da opressão ao povo russo", disse Cravinho à RTP, em declarações desde a Alemanha, onde participa na 60.ª edição da Conferência Internacional de Segurança de Munique.

Navalny morreu hoje, aos 47 anos, numa colónia penal no Ártico, para onde tinha sido transferido em dezembro, depois de ter estado numa prisão na região de Vladimir, a menos de 200 quilómetros de Moscovo. A notícia foi divulgada pelos serviços prisionais da Rússia, mas a equipa de Navalny ainda não confirmou a morte do dissidente.

"A 16 de fevereiro de 2024, na colónia prisional n.º 3, o recluso AA Navalny sentiu-se mal depois de uma caminhada, perdendo quase imediatamente a consciência", refere a nota dos serviços prisionais russos.

Cravinho prestou homenagem ao opositor russo, "que resistiu ao regime de Putin e lutou pela democracia na Rússia", numa nota publicada na rede social X (antigo Twitter).

Eleições russas serão "uma farsa"

O ministro português alertou também que "irá haver dentro de poucas semanas eleições presidências na Rússia", que "obviamente" são "uma farsa" e "de faz de conta". "São como as eleições que existiam em Portugal antes do 25 de Abril ou eleições que ocorrem de forma rotineira em ditaduras cujos resultados já se sabem de antemão", argumentou.

Sobre as declarações mais recentes do candidato presidencial nos EUA Donald Trump, que tem acenado com eventuais afastamentos da NATO caso vença as eleições de novembro deste ano, Cravinho defendeu que "vemos sistematicamente que personalidades extremistas - em Portugal também - que procuram dizer coisas para atrair a atenção mediática e têm algum sucesso".

Por outro lado, no entanto, Cravinho realçou o discurso da vice-presidente norte-americana, Kamala Harris, proferido esta sexta-feira na Conferência Internacional de Segurança, que a mostrou - bem como ao presidente Joe Biden - "muito comprometida com a NATO".

"A nossa expectativa é que passado um momento de retórica de mais natureza partidária, com eleições nos EUA, que o bom senso prevalecerá", referiu o ministro português, mostrando-se confiante que será aprovado um polémico pacote de apoio norte-americano à Ucrânia.

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