Portugal convoca embaixador russo para esclarecer morte de Navalny

João Gomes Cravinho acusou a Rússia de ser "responsável" pela morte de Alexei Navalny. O ativista, sublinhe-se, morreu na sexta-feira, numa prisão russa.

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© Dima Korotayev/Epsilon/Getty Images

Notícias ao Minuto
20/02/2024 18:06 ‧ 20/02/2024 por Notícias ao Minuto

País

Ministério dos Negócios Estrangeiros

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) anunciou, esta terça-feira, através de um comunicado, que convocou o embaixador da Rússia em Lisboa para prestar "esclarecimentos no seguimento da morte de Alexei Navalny, um dos principais opositores políticos do regime de Vladimir Putin". 

Sublinhe-se que Navalny morreu na sexta-feira, aos 47 anos, numa prisão onde estava a cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial". 

As autoridades russas ainda não libertaram o corpo do ativista, tendo recentemente afirmado que as perícias demorariam, pelo menos, 14 dias. A família também ainda não o pôde ver.

Recorde-se que o embaixador da Rússia em Lisboa, Mikhail Kamynin, reagiu à morte de Navalny criticando a "politização" do facto e a comunicação social portuguesa, que acusou de ser tendenciosa.

"Antes de informação completa sobre as circunstâncias da morte de Alexei Navalny aparecer, o espaço mediático local encheu-se de sentenças condenatórias contra o nosso Estado", destacou o diplomata. Mikhail Kamynin considerou que "a cobertura tendenciosa desta notícia está em plena sintonia com a retórica hostil dos 'media' portugueses que durante os últimos dois anos têm impingido ativamente ao seu público uma imagem 'demoníaca' da Rússia"

Já o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, tem sido duramente crítico do regime russo, lamentando, logo na sexta-feira, a morte de Navalny e acusando a Rússia de ser "responsável".

"Presto homenagem a Alexei Navalny, que resistiu ao regime de Putin e lutou pela democracia na Rússia", escreveu o ministro português numa nota publicada na rede social X (antigo Twitter). "Putin, que exerceu o seu poder arbitrário prendendo-o em circunstâncias cada vez mais draconianas, é responsável pela sua morte", acusou ainda Cravinho, na mesma publicação. 

João Gomes Cravinho tinha, também, assegurado que "seguramente" seriam intensificadas as sanções internacionais contra o regime do presidente russo Vladimir Putin. "Não estamos minimamente surpreendidos - nem nós em Portugal, nem os nossos parceiros na União Europeia - com mais esta manifestação da natureza do regime na Rússia. Vamos seguramente intensificar as sanções, seja por causa da invasão da Ucrânia, seja por causa da opressão ao povo russo", disse o ministro português.

[Notícia atualizada às 18h34]

Leia Também: Navalny. Assembleia Municipal de Lisboa manifesta "profundo pesar"

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