Relação tensa... piorou. Que fizeram Portugal e UE após morte de Navalny?
Alexei Navalny, um dos principais opositores do Presidente russo, morreu a 16 de fevereiro. Agora, a Europa insta a Rússia a assumir responsabilidades e autorizar investigações.
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País Navalny
A morte de Navalny desencadeou uma série de diligências diplomáticas numa relação que era já tensa. O escalar da guerra em que a Europa se colocou do lado da Ucrânia -, sancionando a Rússia e instando Putin a cessar-fogo - piorou o 'cenário', mas a morte de Navalny fez aumentar as críticas de tom, levando a Europa e vários países (incluindo Portugal), a cessar protocolos de amizade e cooperação com Moscovo.
O Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE) convocou esta terça-feira o encarregado de negócios russo junto da União Europeia (UE), a quem transmitiu "a indignação" pela morte do opositor russo Alexei Navalny, pela qual responsabilizou o Presidente Vladimir Putin.
O diretor-geral do SEAE para a Europa Oriental, Rússia, Ásia Central, Cooperação Regional e OSCE, Michael Siebert, manifestou a Kirill Logvinov "indignação" com a morte de Navalny, "cuja responsabilidade última cabe ao Presidente Putin e às autoridades russas".
A UE apelou ainda à Rússia para que autorize uma "investigação internacional independente e transparente" sobre as circunstâncias da morte súbita de Alexei Navalny, exortando Moscovo a entregar o corpo do líder da oposição russa à sua família "sem mais demoras" e a permitir que a família organize um funeral.
Portugal convocou embaixador russo e Lisboa cessa protocolo de amizade e cooperação com Moscovo
Também o Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) se posicionou e anunciou, esta terça-feira, através de um comunicado, que convocou o embaixador da Rússia em Lisboa para prestar "esclarecimentos no seguimento da morte de Alexei Navalny, um dos principais opositores políticos do regime de Vladimir Putin". Vários outros países convocaram igualmente os embaixadores russos, pedindo esclarecimentos.
João Gomes Cravinho acusou a Rússia de ser "responsável" pela morte de Alexei Navalny. "Presto homenagem a Alexei Navalny, que resistiu ao regime de Putin e lutou pela democracia na Rússia", escreveu o ministro português numa nota publicada na rede social X (antigo Twitter).
"Putin, que exerceu o seu poder arbitrário prendendo-o em circunstâncias cada vez mais draconianas, é responsável pela sua morte", acusou Cravinho numa publicação nas redes sociais.
Presto homenagem a Alexei Navalny, que resistiu ao regime de Putin e lutou pela democracia na Rússia.
— João Cravinho (@JoaoCravinho) February 16, 2024
Putin, que exerceu o seu poder arbitrário prendendo-o em circunstâncias cada vez mais draconianas, é responsável pela sua morte.
Condolências à família e ao povo russo. pic.twitter.com/qs8iGgYeQe
Seguindo a onda acusatória, a Assembleia Municipal de Lisboa aprovou a cessação do Protocolo de Amizade e Cooperação entre a capital portuguesa e a cidade russa de Moscovo até à retirada do exército da Federação Russa do território ucraniano.
A proposta foi aprovada com os votos contra de PEV e PCP e a abstenção dos dois deputados independentes dos Cidadãos Por Lisboa (eleitos pela coligação PS/Livre), Miguel Graça e Daniela Serralha, quatro deputados do PS, nomeadamente Hugo Gaspar, Irene Lopes, Rute Lima e Alexandra Mota Torres, e o grupo municipal do Chega.
Navalny morreu aos 47 anos. Mulher fala em envenenamento
Alexei Navalny, um dos principais opositores do Presidente russo, morreu a 16 de fevereiro, aos 47 anos, numa prisão do Ártico, onde cumpria uma pena de 19 anos.
Os serviços penitenciários da Rússia indicaram que Navalny se sentiu mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência. Destacados dirigentes ocidentais, a família e apoiantes do opositor responsabilizam Vladimir Putin pela sua morte.
A mulher de Navalny divulgou mesmo uma declaração em vídeo sobre a morte do seu marido, acusando a Rússia de ter envenenado o opositor de Putin.
As autoridades russas negaram e transmitiram aos próximos de Navalny que será realizada uma "perícia química" ao seu corpo durante pelo menos 14 dias, antes de o entregar à família.
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